A arma do
policial estava apontada diretamente para o seu rosto, deixando-o desesperado.
Não sabia o que fazer. Mas, em seu intimo, sentia que aqueles seriam seus
últimos minutos de vida.
Não
fizera nada demais. Em toda a sua vida, nunca fizera nada de errado, nunca cometera
um crime sequer. Sempre fora um rapaz trabalhador e honesto.
Mas,
infelizmente, estava no lugar errado e na hora errada.
O
policial olhou-o fixamente nos olhos. Frio, não demonstrava qualquer emoção.
“O
tiro é questão de tempo”, pensou. Com medo, fechou os olhos. Não queria morrer.
Não naquele momento. Não daquela maneira. Como um marginal qualquer. Mas sentiu
que a hora havia chegado. E que não havia mais nada para fazer a não ser
aceitar o que estava por vir.
Seria
morto. Morto injustamente.
Tudo
porque quisera ajudar. Mas, foi mal compreendido, mal interpretado.
Sua
compleição física, e o preconceito, o prejudicara. Era negro. A cor da sua pele
fora o fator determinante para o que estava para acontecer.
Desesperado,
tentou falar com o policial, mas sem sucesso.
-
Senhor eu... – queria defender-se, justificar-se, explicar o que acontecera, mas,
foi bruscamente interrompido.
-
Cala a boca, bandido filho da puta! – gritou o policial.
-
Mas...
Não
conseguiu terminar a frase, foi interrompido por um tiro que o acertou no
peito, fazendo-o cair no chão. A dor era insuportável. Levando a mão contra o
ferimento sentiu o sangue quente escorrer por entre os dedos, deixando seu
corpo fraco, sem forças. Começou a sentir dificuldades para respirar. Sua
visão, aos poucos foi escurecendo. Sentia que sua vida estava, aos poucos, se
esvaecendo. Sentia que aqueles eram seus últimos segundos de vida. A morte era
iminente.
O
policial se aproximou dele, ainda apontava-lhe a arma. Então, com as poucas
forças que lhe restavam, esticou o braço bem devagar, entregando ao policial, uma
carteira.
-
Aqui está... - as palavras saíam com dificuldade -... A sua carteira...
Senhor... Ela... Ela estava caída no
chão.
Dizendo
isso, fechou os olhos. Sua vida se fora.
E
ele morreu ali, como se fosse um marginal.
Ao
perceber a injustiça que acabara de cometer o policial ficou desesperado. Fora
de si. De repente, percebeu que o preconceito foi o que o fizera cometer aquela
atrocidade. Ele matara uma pessoa. Uma pessoa inocente. Deixou-se levar pela
cor da pele. Deixou-se levar pelo pré-conceito dominante.
Então
se debruçando sobre o corpo sem vida do rapaz, chorou. Não dava mais para
voltar atrás. Naquele momento havia um corpo sem vida, e duas almas mortas.
Marc Souza
ADQUIRA JÁ O SEU EXEMPLAR DO LIVRO, FATOS RELATOS E BOATOS DE MARC SOUZA. CONTOS E CRÔNICAS ESCRITAS COM MAESTRIA E MUITO, MUITO TALENTO.
ADQUIRA JÁ O SEU. E VOCÊ PODE PAGAR EM ATÉ 7 VEZES.
NÃO PERCA ESTA OPORTUNIDADE, ACESSE O LINK ABAIXO:
Nenhum comentário:
Postar um comentário