quarta-feira, 27 de maio de 2015

MINHA CRÔNICA NO JORNAL INTERATIVO



Um rapaz acordou após ficar muitos anos em coma...

No paraíso Itamarati, o senado aprovou Luiz Edson Fachin para a vaga de Joaquim Barbosa no Supremo Tribunal Federal. Esperamos que Fachin faça uma “fachin...a” na operação Lava-Jato.

Falando na Operação Lava-Jato, o ministro Dias Toffoli (amigo intimo dos mais graduados petistas) presidirá o julgamento. Se ele agir de acordo com a mesma “lei” do mensalão, espera-se que muita pizza será assada no Supremo.

O Senado rejeitou a indicação da presidente Dilma a OEA (Organização dos Estados Americanos) de Guilherme Patriota. Os senadores não o acharam tão “patriota” para representar o país.

Em momento de corte de gastos públicos, o governo mineiro do PT convidou os ministros Luiz Fux do Supremo Tribunal Federal e Luís Felipe Salomão, do Superior Tribunal de Justiça para proferir palestras de uma hora sobre o Código de Processo Civil, pela a bagatela de R$ 40.000,00 cada. Então a crise financeira é só nos demais estados, em Minas tudo esta as mil maravilhas?

Um rapaz acordou após ficar muitos anos em coma. No entanto, quando ele viu Fernando Collor na TV (câmara) e assistiu ao trailer de Mad Max achou que os médicos estavam lhe fazendo uma pegadinha.

Frase de Vitor Belfort após a luta de sábado contra Chris Weidman: “Parecia a Alemanha!”
Weidman o esterminador de brasileiros!
Tem lutador brasileiro que já protocolou pedido de licença do UFC. Só volta a lutar após a aposentadoria do americano.

E o Rogério Cenil, quero dizer, Ceni, vai se aposentar em agosto. (até que enfim!) O São Paulo agradece. Quando será que o Luis Pipoqueiro, ou melhor, Luis Fabiano fará o mesmo e deixará de enganar os são paulinos fingindo ser o ídolo que nunca foi.

Em relação custo benefício, Valdívia (chinelinho e “fisioterapeuta”) é o jogador mais caro do país. O Palmeiras foi fundado por italianos, mas passariam muito bem por portugueses... se passariam.

Falando no Palmeiras o Guarani da Capital começou o Campeonato Brasileiro muito bom, tão bom que esta distribuindo pontos para os adversários.

Gostaria de saber por que quanto menos eu gasto de energia elétrica mais eu pago.

Enquanto isso no Rio de Janeiro: Nunca a frase: Olha a faca! – dá tanto desespero (brincadeirinha).

Estão abertas as inscrições do ENEM, logo, teremos mais piadas.


Fui, mas não para o Rio de Janeiro.

Marc Souza

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Editora promove “Encontro Intergaláctico” para celebrar Dia do Orgulho Nerd

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Nerds do mundo inteiro celebram no 25 de maio o Dia do Orgulho Nerd, também conhecido como Dia da Toalha, uma referência à famosa série “O Guia do Mochileiro das Galáxias, de Douglas Adams, um dos maiores exponentes de tal cultura, que, em determinado momento de sua obra, considera a toalha um dos “objetos mais úteis para um mochileiro interestelar”.
A Aleph, editora que há alguns anos vem publicando clássicos da ficção científica, um dos gêneros mais bem quistos pelos nerds, como “Laranja Mecânica”, de Anthony Burgess, “Neuromancer”, de William Gibson , e “Eu, Robô”, de Isaac Asimov, promove o “Encontro Intergaláctico – Especial Dia do Orgulho Nerd” para marcar a data. Nele, Adriano Fromer, diretor e editor da casa (ou grão-almirante, para entrar na brincadeira), Daniel Lameira, publisher da editora e responsável pela publicação dos livros do universo expandido de Star Wars no Brasil, e os escritores Felipe Castilho, autor da série “O Legado Folclórico”, e Eric Novello, de “Exorcismos, Amores e uma Dose de Blues”, trocarão ideias sobre ficção científica e as razões para o gênero conquistar cada vez mais fãs e leitores.
O encontro acontecerá hoje, na livraria Fnac de Pinheiros, em São Paulo, das 19h30 às 21h30. Incentivados a levar suas próprias toalhas, os participantes ganharão brinde e participarão de sorteios de alguns kits. Os lugares são limitados.

Filão religioso vende 70 milhões de livros por ano e atrai grandes editoras

  • Divulgação
    O livro "Ágape", do padre Marcelo Rossi, que já vendeu 10 milhões de exemplares
    O livro "Ágape", do padre Marcelo Rossi, que já vendeu 10 milhões de exemplares
Recentemente, a editora Planeta firmou uma parceria com a editora da comunidade religiosa Canção Nova e passará a publicar obras voltadas para os católicos. A Planeta já havia anunciado em meados de 2014 o selo Pórtico, destinado ao público evangélico. No começo deste ano, a HarperCollins, uma das gigantes do mercado editorial mundial, também entrou no segmento de livros do gênero no Brasil ao comprar a maior parte da editora Thomas Nelson.
A aposta nesse nicho deverá fomentar ainda mais um setor que já movimenta, segundo pesquisa Fipe de 2013, feita em parceria com a Câmera Brasileira do Livro (CBL) e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), R$ 500 milhões por ano no país, com a venda de mais de 70 milhões de exemplares –números que, sem dúvida, devem ser muito maiores, pois os próprios organizadores do levantamento admitem que muitas editoras do setor permanecem desconhecidas ou preferem não revelar suas vendagens.
Além disso, do filão religioso surgem best-sellers que extrapolam esse tipo de público, sendo vistos como de autoajuda, com autores como os padres Marcelo Rossi (que já vendeu mais de 10 milhões de exemplares de seu "Ágape") e Fábio de Melo ou a sacerdote budista monja Coen. Também entram no balaio nomes e títulos que historicamente são campeões de vendas, como o espírita Chico Xavier e a Bíblia.
À margem do mercado convencional
Segundo André Fonseca, editor da Planeta responsável pela Pórtico e a parceria com a Canção Nova, os livros religiosos estão inseridos em um mercado ainda invisível aos olhos do meio editorial convencional. "Há um viés comercial que desconhecemos, com lojas específicas que faturam milhões, com autores que vendem muito, mas o [portal sobre o mercado literário] PublishNews não vê, a CBL [Câmara Brasileira do Livro] também não consegue acompanhar."
São editoras e livrarias pequenas, médias e grandes, que têm ligação com ordens religiosas e focam um público totalmente específico, seja ele cristão, evangélico ou fiel a qualquer outra crença. Exemplificando, Fonseca cita a editora CPAD (Casa Publicadora das Assembleias de Deus), do Rio de Janeiro. Trabalhando com títulos que vão desde obras gerais até apostilas para a formação de líderes e pastores, segundo o editor, a CPAD tem faturamento semelhante a lojas de grandes redes, como a Cultura e a Saraiva.
As redes sociais são fundamentais para a divulgação, mas a venda efetiva, em grande medida, ocorre em lojas físicas e eventos. Estimamos que apenas de 7% a 10% das vendas sejam on-line. De maneira geral, a distribuição ocorre no próprio canal religioso formado por distribuidores e livreiros evangélicos, igrejas e eventosRenato Fleischner, diretor da editora Mundo Cristão
"O mercado cristão é pouco profissionalizado, mas é altamente rentável. Também existem grandes distribuidores que trabalham com esse tipo de conteúdo, como a Distribuidora Aliança, que vende para o país inteiro", explica Fonseca atendo-se ao público-alvo da Canção Nova, que, além de selo editorial, é ministério, rede de televisão e possui uma espécie de império em Cachoeira Paulista, no interior de São Paulo.
Como outras editoras do segmento, a Canção Nova cresceu vendendo seus produtos –não apenas livros, mas também CDs, DVDs, terços, santinhos...—por meio de catálogos, que são, em alguns casos, os mesmos utilizados para a comercialização porta a porta de cosméticos. Agora, com a parceria com a Planeta, a Canção ganha força para entrar nas grandes redes de livrarias. "Eles tinham problema de penetração, distribuição, não dominavam o trabalho de marketing dentro das lojas, a compra de espaços, tudo isso", diz o editor, citando algo comum a grande parte das editoras religiosas: a falta de conhecimento de como funciona o mercado editorial comum.
Vasto conteúdo
O conteúdo dos livros religiosos pode ser tão vasto quanto uma pesquisa sobre o ateísmo na obra de C. S. Lewis, autor de "As Crônicas de Nárnia", estudos acadêmicos sobre as religiões afrodescendentes ou uma simples parábola que remete a passagens bíblicas.
Entrando no meio das publicações destinadas ao público evangélico, as obras costumam ter perfis diferentes de acordo com as igrejas às quais estão ligadas. No Brasil, o meio é hoje dividido em três grandes ramificações: as Igrejas Históricas, as Pentecostais e as Neopentecostais (veja mais informações no box). É do último grupo citado que costumam surgir líderes polêmicos, que pregam intolerância contra outros grupos religiosos. Por isso, muitos imaginam que o conteúdo dos livros ligados ao segmento neopentecostal tenham esse tipo de conteúdo.
Renato Fleischner, diretor da Mundo Cristão e membro da Associação das Editoras Cristãs, não descarta essa possibilidade, mas faz uma importante ponderação. "As principais editoras do segmento sabem das implicações legais de publicar material com viés discriminatório, mas o mercado editorial evangélico também é composto por obras produzidas no sistema de autopublicação [publicação independente on-line]. Neste caso, podem realmente ocorrer abusos."
O mercado cristão é pouco profissionalizado, mas é altamente rentávelAndré Fonseca, editor da Planeta
A Mundo Cristão, que vendeu cerca de 2,5 milhões de livros em 2014, aliás, é uma exceção dentre as editoras de obras religiosas e marca forte presença no meio digital, tendo todos os seus lançamentos também publicados em e-book. Não que isso, necessariamente, reverta-se em grandes vendas pela internet. "As redes sociais são fundamentais para a divulgação, mas a venda efetiva, em grande medida, ocorre em lojas físicas e eventos. Estimamos que apenas de 7% a 10% das vendas sejam on-line. De maneira geral, a distribuição ocorre no próprio canal religioso formado por distribuidores e livreiros evangélicos, igrejas e eventos. Neste aspecto, a Mundo Cristão é exceção, pois cerca de 30% de nossas vendas ocorrem em canais não religiosos", explica o editor, dando um novo exemplo para o cenário já exposto anteriormente.
Fleischner lembra também o número de Bíblias vendidas no país. Segundo ele, as evangélicas, com sete livros a menos do que as católicas (saem Tobias, Judite, Macabeus 1 e 2, Baruque, Sabedoria e Eclesiástico) vendem atualmente 9,5 milhões de exemplares por ano, sendo que, desde 1950, mas de 120 milhões de unidades já foram distribuídas.

Morre matemático John Nash, que inspirou filme "Uma Mente Brilhante"

  • /Fred Prouser/Reuters
    24.mar.2002 - O vencedor do Nobel John Nash e sua mulher Alicia na 74ª edição do Oscar. Os dois morreram em um acidente de carro em Nova Jersey, nos Estados Unidos
    24.mar.2002 - O vencedor do Nobel John Nash e sua mulher Alicia na 74ª edição do Oscar. Os dois morreram em um acidente de carro em Nova Jersey, nos Estados Unidos
O matemático americano John Nash, cuja história de vida se transformou no filme vencedor do Oscar "Uma Mente Brilhante", morreu em um acidente de carro neste sábado, segundo a mídia local.

Nash, de 86 anos, e sua mulher Alicia morreram quando o táxi em que estavam se acidentou em Nova Jersey, de acordo com os relatos.

O matemático é conhecido por seu trabalho na teoria dos jogos. Ele ganhou o Prêmio Nobel de Economia em 1994.

Seus avanços em matemática - e sua luta contra a esquizofrenia - foram o foco do filme.
Russell Crowe, que o interpretou no filme, tuitou: "Atordoado... Meu coração vai para John, Alicia e família. Uma parceria incrível. Mentes brilhantes, corações brilhantes..."

Drama francês sobre imigrante do Sri Lanka vence a Palma de Ouro em Cannes

  • Reprodução
    Drama francês "Dheepan", sobre um ex-guerrilheiro do Sri Lanka, vence Palma de Ouro no Festival de Cannes
    Drama francês "Dheepan", sobre um ex-guerrilheiro do Sri Lanka, vence Palma de Ouro no Festival de Cannes
"Dheepan", drama francês sobre um ex-guerrilheiro do Sri Lanka que migra para a Franca e enfrenta a violência de uma máfia local na periferia para a qual de muda, venceu a Palma de Ouro em Cannes. "Agradeço a Michael Haneke por não ter filme este ano", brincou o diretor, que já havia perdido a Palma por "O Profeta" para "A Fita Branca", do diretor austríaco, em 2009.

Num ano em que a seleção francesa foi muito criticada pela baixa qualidade dos filmes, foi constrangedor e injusto ver o país anfitrião levar três prêmios entre as oito categorias da competição - além da Palma de Ouro, os prêmios de ator e atriz. Aclamado pela crítica, o chinês "Mountains May Depart" (As montanhas podem partir), de Jia Zhangke, saiu sem prêmio algum.

Com seu primeiro longa-metragem, o húngaro László Nemes venceu o Grande Prêmio do Júri, segundo lugar da competição, com "Son of Saul" (O filho de Saul), sobre um judeu que quer dar um enterro digno para o seu filho em meio a barbárie dos campos de concentração. Ele defendeu o direito de alguns cineastas de ainda filmar em película 35mm, num mundo cada vez mais dominado pelo cinema digital.

"The Lobster", um dos filmes mais comentados do festival, sobre um hotel no qual os solteiros têm até 45 dias para encontrar um namorado ou sao transformados em animais, levou o Prêmio do Júri, uma espécie de terceiro colocado entre os filmes vencedores.

O júri presidido pelos irmãos Joel e Ethan Coen surpreendeu ao dividir a Palma de melhor atriz entre a americana Rooney Mara, pelo drama "Carol", e a francesa Emmanuelle Bercot, por "Mon Roi" (Meu rei). Mais surpreendente ainda foi premiar Mara e não a protagonista Cate Blanchett, que vive a personagem-título na história do amor proibido entre duas mulheres nos EUA dos anos 50. O diretor do filme, Todd Haynes, subiu ao palco para receber o prêmio por Mara, que já tinha ido embora de Cannes.

Outro francês quase desconhecido no Brasil, Vincent Lindon, levou a Palma de ator com o personagem de um executivo de 51 anos, desempregado há 20 meses, que enfrenta um dilema moral em seu novo trabalho no francês "La Loi du Marché" (A lei do mercado).

Diretor de obras-primas como "Flores de Shanghai", o taiwanês Hou Hsiao Hsien venceu a Palma de melhor diretor por um filme de artes marciais, "The Assassin" (A assassina), passado no século 9.

O diretor e roteirista mexicano Michel Franco ficou com o prêmio de melhor roteiro por "Chronic", em que Tim Roth vive um enfermeiro solitário com um segredo no passado que cuida de pacientes terminais.

O colombiano "La Tierra y la Sombra", que tem coprodução da brasileira Pretaportê Filmes, venceu o prestigioso Caméra d´Or, para o melhor diretor estreante em longas-metragens, entre os 26 exibidos no festival. No filme, um homem volta a fazenda de cana de acucar onde vive sua família para cuidar de um filho doente.

A francesa Agnes Varda, única mulher da Nouvelle Vague nos anos 60, recebeu uma Palma de Ouro honorária pelo conjunto da carreira. Ela lembrou que, ao contrário dos ganhadores anteriores - Clint Eastwood, Woody Allen, Bernardo Bertolucci -, seus filmes independentes nunca fizeram milhões nas bilheterias e considerou este um "prêmio de resistência" do cinema de autor.
Pela primeira vez, a cerimônia de premiaçãoo de Cannes tentou imitar o Oscar. Durante a entrega dos prêmios, houve alguns chatíssimos números musicais, como um pequeno show do ator John C. Reilly ("Magnólia", "Chicago") e uma canção do filme "Inside Llewyn Davis", dirigido pelos irmãos Coen, presidentes do Júri.

Relação conturbada de Cleo e Fabio Jr. deixou filme mais emocionante

  • Reprodução
    Cleo Pires e Fábio Jr. em "Qualquer Gato Vira Lata 2"
    Cleo Pires e Fábio Jr. em "Qualquer Gato Vira Lata 2"
A atriz Cleo Pires disse que a relação com seu pai, Fábio Jr., acrescentou mais emoção a uma cena no filme "Qualquer Gato Vira-Lata 2", que chega aos cinemas no dia 4 de junho.
Na cena, sua personagem, Tati, chora por amor, sozinha em uma praia e é amparada pelo pai, vivido por Fábio Jr., "Foi muito emocionante. Uma catarse", disse ela ao UOL. "A cena ficou mais emocionante porque todo o mundo sabe a relação conturbada que eu tive com meu pai". Além de contracenar com a filha, Fábio Jr. ainda canta "O que É que Há?" no filme. 
A atriz é fruto do relacionamento do cantor com a também atriz Glória Pires. Pai e filha ficaram anos sem se falar e voltaram a se relacionar há pouco tempo. Em entrevista recente ao "Fantástico" (Globo), ela disse que o cantor correu muito atrás dela. "Fez o que deveria ter feito a vida inteira, mas tudo bem", disse ela, na ocasião.

A cena de Fabio Jr. e Cleo na praia quase não aconteceu porque a atriz estava muito resfriada, "mas eu precisava fazer". No roteiro original, Tati se encontraria com a mãe fictícia, mas a própria atriz pediu para o diretor, Roberto Santucci, trocar por seu pai verdadeiro. "[A cena] foi uma mistura de interpretação e sentimento".

terça-feira, 5 de maio de 2015

Cortar a própria carne


charge!


Desconhecido por aqui, artista brasileiro definiu imagem dos ETs na ficção

Tão impressionante quanto as ilustrações do artista brasileiro Henrique Alvim Corrêa é a sua história de vida. Os desenhos, feitos por ele no início do século 20 para a edição em francês do livro "A Guerra dos Mundos", de H.G. Wells, estão sendo leiloadas em Beverly Hills, em Los Angeles, na Califórnia, com lance inicial de US$ 10 mil pela Heritage Auctions, a terceira maior casa de leilões do mundo (veja as obras na galeria acima). 
Reprodução
Pôster promocional edição belga de "A Guerra dos Mundos"
Nascido no Rio de Janeiro em 1876, Corrêa mudou-se para a Europa aos 16 anos com sua família após a proclamação da República no Brasil, pois seu padrasto, o barão de Oliveira Castro, era monarquista. Jovem, ele foi morar na boêmia e efervescente Paris do final do século 19, onde passou a desenhar cenas de batalhas militares (na época, a imprensa quase não usava fotografias) e mulheres seminuas em poses sensuais, tendo como modelo sua futura mulher, a francesa Blanche Alvim Corrêa. Ele assinava essas gravuras com o nome artístico de Henry Le Mort. 
 
Apaixonado por Blanche, Corrêa desafiou sua família ao casar-se com a francesa, já que os parentes não aceitavam a união. Após o casamento, eles se mudaram para Bruxelas, na Bélgica. Lá, Corrêa leu o livro "A Guerra dos Mundos" e ficou impressionado com a história da invasão alienígena.
 
Em seguida, Corrêa entrou em contato com H.G. Wells e se ofereceu para ilustrar o livro. O escritor britânico ficou impressionado com os desenhos do brasileiro e o convidou para ilustrar a edição de luxo em francês da obra, publicada na Bélgica. Considerado o marco inicial da ficção científica, o livro narra a invasão da Terra por marcianos. A edição belga é uma raridade disputada por colecionadores, daí o alto preço cobrado por essas ilustrações no leilão da Heritage Auctions.
 
Se você observar suas obras, verá que os desenhos inspiraram o imaginário popular sobre o que é um alienígena e seus discos voadores", disse. "E tudo foi feito no início do século 20, com os tripés ou tripods metálicos (veículos dos marcianos) atacando com 'raios carbonizadores' a Londres da épocaSergio Nepomuceno Alvim Corrêa, neto de Henrique Alvim Corrêa
 
As obras que estão sendo leiloadas pertencem a Ana Maria Bocaiúva de Miranda Jordão, 77 anos, dona da livraria Sebo Fino, no Rio de Janeiro, que comprou os originais da família de Corrêa em 1990. O genro de Ana Maria, Stefan Gefter, 44 anos, que é americano, conversou com o UOL, por telefone, dos Estados Unidos, onde mora e onde as obras estão. "Veja só a ironia. Minha sogra é neta de Quintino Bocaiuva (que foi um importante líder para a Proclamação da República no Brasil), enquanto a família de Corrêa deixou o país após a deposição do imperador", explicou. 
 
A edição de luxo em francês, publicada em 1906, teve tiragem numerada de apenas 500 exemplares. Com cem gravuras de Corrêa, o livro foi vendido na época por 60 francos. Uma edição semelhante foi lançada em português no Brasil pela editora Nova Fronteira em 1981. De acordo com Stefan, o leilão venderá separadamente 31 ilustrações  "hors-texte" (gravuras separadas do livro), do total de 32 (uma delas se perdeu). "O livro tem mais de cem ilustrações, mas elas dividem as páginas com os textos. Apenas 32 delas preenchem uma página inteira", explicou Stefan. Além das gravuras, também serão leiloados um pôster promocional e uma carta postal enviada por H.G. Wells para Alvim Corrêa. 
 
 
Stefan disse que vender as obras é "de partir o coração", já que ele é fã de ficção científica. "Espero que o comprador adquira todas as ilustrações", diz ele. Sua preocupação é válida, já que as obras estão sendo vendidas separadamente e, se ninguém der um lance alto o suficiente para bancar o pacote completo, a coleção será dividida entre diversos compradores. "Meu sonho é ver as obras em algum museu ou biblioteca para serem apreciadas publicamente", conclui. 
 
Soraia Cals, dona de uma casa de leilões no Rio de Janeiro, vendeu 11 gravuras e desenhos de Henrique entre 2003 e 2010. Ao UOL, ela disse que o artista ficou conhecido por seu trabalho na ficção científica. "Ele foi um excelente desenhista, mas deixou o Brasil muito cedo. Eu já vendi 20 mil itens diferentes, mas dele eu só consegui vender 11", conta. "O que faz o preço do artista é a importância e a raridade de suas obras. E isso o Henrique tem", completa. 
 
Como exemplo, Soraia cita duas obras de Corrêa --que não são as ilustrações da "Guerra dos Mundos"--, vendidas por ela em 2007 por R$10 mil e R$ 5 mil. "Porém, a obra dele não remete em nada ao Brasil. Corrêa não foi influenciado por nossa cultura, como Portinari ou Di Cavalcanti. Ele poderia ter sido belga, francês ou alemão, ou qualquer artista que tivesse nascido na Europa daquela época. Uma arte semelhante à dele é a do francês Gustave Doré."
 
Família de artistas
 
Acervo Pessoal
O bisneto e o neto de Henrique Alvim Correa
Passados 105 anos da sua morte, Henrique Alvim Corrêa ainda é pouco conhecido no Brasil, embora sua arte continue sendo valorizada no exterior, principalmente por ser bastante rara. As últimas grandes exposições sobre o artista no Brasil ocorreram nas décadas de 70 e 80 e, desde então, pouco se falou sobre ele por aqui. 
 
Corrêa, no entanto, viveu pouco. Em 1910 contraiu tuberculose e morreu em Bruxelas, aos 34 anos e quase sem dinheiro. O corpo foi posteriormente transportado para o Brasil e está enterrado no Rio de Janeiro. Em 1942, parte de sua obra também foi trazida para o país, mas o navio que a transportava afundou após ser torpedeado por um submarino nazista no oceano Atlântico em plena Segunda Guerra Mundial. O artista deixou dois filhos, Eduardo e Roberto.
 
Porém, a obra dele não remete em nada ao Brasil. Corrêa não foi influenciado por nossa cultura, como Portinari ou Di Cavalcanti. Ele poderia ter sido belga, francês ou alemão, ou qualquer artista que tivesse nascido na Europa daquela época. Uma arte semelhante à dele é a do francês Gustave Doré.Soraia Cals, dona de casa de leilões
 
 
Seu neto, Sérgio Nepumoceno Alvim Corrêa, 84 anos, filho de Eduardo, foi diretor da Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira e crítico musical no Rio de Janeiro. AoUOL, Sérgio contou que o avô foi uma pessoa "visionária".
 
"Se você observar suas obras, verá que os desenhos inspiraram o imaginário popular sobre o que é um alienígena e seus discos voadores", disse. "E tudo foi feito no início do século 20, com os tripés ou tripods metálicos (veículos dos marcianos) atacando com 'raios carbonizadores' a Londres da época". 
 
O bisneto de Corrêa, Carlos Augusto Soares Avim Corrêa, 50 anos, também falou com o UOL. "O remake que Steven Spielberg fez em 2005 de 'A Guerra dos Mundos', com Tom Cruise, mostra os aliens e os tripods bastante semelhantes aos desenhos feitos pelo meu bisavô", destacou. Carlos lembrou ainda que Corrêa ficou amigo de H.G. Wells. "A edição brasileira da Nova Fronteira, traz uma caricatura de Wells feita pelo meu bisavô", lembra. 
 
Wells e Corrêa também trocaram cartas elogiosas. Em uma delas, que também está sendo leiloada, o escritor felicita o brasileiro pelo resultado das ilustrações. O site de leilões informa ainda que as desenhos foram exibidos em 2004 no Hall da Fama do Museu de Ficção Científica de Seattle, nos Estados Unidos.
 
Reprodução
Reprodução da carta enviada por H.G.Wells para Henrique Alvim Corrêa