quarta-feira, 18 de março de 2015

Vera Holtz sobre "Meus Dois Amores": "É fundamental adaptar Guimarães Rosa"

"O filme "Meus Dois Amores", que estreia nesta quinta-feira (19), traz Caio Blat no papel de Manuel, um vaqueiro simples que se vê dividido entre o amor por sua noiva Das Dô (Maria Flor) e a mula Beija-Fulô. A história é uma adaptação livre do conto "Corpo Fechado" de Guimarães Rosa, contido no livro "Sagarana".
Na história do filme, Manuel vende um cavalo ruim para o perigoso matador Targino (Alexandre Borges), que o jura de morte e promete desonrar sua noiva Das Dô. Manuel acaba buscando ajuda com o feiticeiro Toniquinho (Julio Adrião) para "feche seu corpo" e ele possa enfrentar o bandido.
"Eu acho uma coisa fundamental adaptar Guimarães Rosa e expandir o interesse por sua obra", disse ao UOL Vera Holtz, que no filme interpreta Flausina, a mãe de Manuel. "É uma obra delicada, e estamos vivendo uma época de mídia muito voltada para a violência", opinou a atriz, que conclui: "Estamos vivendo num caos, de queda de valores comportamentais. E, se você pega uma geração inspirada na obra do Guimarães, isso vai se eternizando, vão se interessando pelo texto e por um linguajar específico. O Guimarães criou um mundo, e é importante as pessoas conseguirem penetrar nesse mundo".
Fama de difícil
O diretor Luiz Henrique Rios também também falou sobre a importância de enfrentar a "fama de difícil" da obra de Guimarães Rosa. "Existe aquela mítica de que o Guimarães é difícil. Eu não acho, acho um universo absolutamente palatável. Fizeram 'Grande Sertão: Veredas' na televisão e foi um sucesso absurdo", disse Rios ao UOL. "Ele é um escritor rigoroso, mas não quer dizer que ele seja difícil. Uma vez chegando perto, você descobre um mundo. Um mundo super-sonoro, criativo, dual, mágico, místico, muito visceral."
A história do filme difere em diversos pontos do conto original de Guimarães Rosa. A mula Beija-Fulô ganha maior espaço, e o amor de Manuel por ela é mais enfatizado no longa. O vaqueiro chega a dormir abraçado com a mula e a vesti-la com grinalda e lhe dar uma aliança. Para o diretor, isso foi uma forma bem-humorada de mostrar a uma plateia urbana a importância do animal para o homem do campo.
Divulgação/TV GloboEu acho que esses personagens mais rurais não têm essa coisa 'frouxa' que o urbano tem. A terra faz dele um homem mais diferenteVera Holtz
"Nós escolhemos aumentar o lugar desse romance, mas claro que fugindo da bestialidade, transformando-o em algo cômico e farsesco", contou o diretor. "Eu queria fazer muito um filme que crianças pudessem ver. Então eu dei uma suavizada na estrutura da história e a transformei em uma fábula."
Vera Holtz também ressaltou como a preparação do elenco buscou dar esse ar fabuloso ao filme, criando uma unidade nas interpretações. "Quando você entra num trabalho intenso com um grupo novo, aquilo o coloca fora da sua zona de conforto", disse, sobre a preparação do elenco com a atriz e diretora Fabiana de Mello, que utiliza máscaras balinesas. "Você está acostumado a usar a musculatura do rosto para contar uma história e, de repente, tem uma máscara, então é o gesto que vai contar a história. Através desse trabalho diferente, tirando toda essa equipe da zona de conforto, ganhamos uma unidade."
Níveis de interpretação
Vera Holtz também ressaltou que, apesar de se tratar de uma comédia, o filme possui diferentes níveis de interpretação, como o caso de sua personagem, que enfrenta uma vida difícil ao criar sozinha o filho após ser "tomada" ainda jovem pelo Coronel Peixoto (Lima Duarte).
"Eu acho que esses personagens mais rurais não têm essa coisa 'frouxa' que o urbano tem. A terra faz dele um homem mais diferente", disse a atriz. "Ele tem que ser lido de outra forma, e isso está presente no trabalho. O humor dele é diferente. O afeto dele é diferente. O olhar dele dentro da vida é diferente. Eu tenho esse cuidado quando eu pego um personagem desses. São mais cautelosos, mais desconfiados. Mas também são amorosos, têm um amor muito grande pelos filhos, pela terra."
Para Vera, os diretores estão cada vez mais enfatizando a preparação do ator como chave para a qualidade de filmes, séries e novelas. "São questões com as quais hoje em dia a própria televisão está se preocupando muito. Existe uma ênfase muito grande na preparação de atores na Globo", afirmou. "Em 'O Rebu' tivemos o Chico Accioly, que preparou o texto e a inter-relação. E acho importante como isso ajuda a dar vida aos personagens do filme a ir inspirando diferentes gerações."

segunda-feira, 16 de março de 2015

HQ do Homem-Aranha vai mostrar a história de Peter Parker, pai de família

  • Reprodução
    Imagem de "Amazing Spider-Man: Renew Your Vows"
    Imagem de "Amazing Spider-Man: Renew Your Vows"
A Marvel anunciou que irá lançar uma HQ que mostra novamente Peter Parker como um pai de família casado em com um filho com sua mulher Mary-Jane Parker.
A nova HQ, chamada "The Amazing Spider-Man: Renew Your Vows" é ligada às histórias das "Guerras Secretas" da Marvel. Com previsão de lançamento em 3 de junho, ela será criada por Dan Slott e Adam Kubert.
"Uma grande quantidade de fãs do Homem-Aranha gostam das mudanças que aconteceram à continuidade do personagem", disse Scott ao site Entertainment Weekly. "Eles não gostaram que o bebê sumiu e que o casamento acabou. O Homem-Aranha existe há 50 anos e o casamento aconteceu por metade desse período. Agora estamos há 8 anos sem um Homem-Aranha casado e as pessoas o querem de volta".
Previamente, o casamento do aracnídeo terminou em 2007 na edição "One More Day". "Um tema central do Homem-Aranha é a responsabilidade de dividir seu poder com o mundo, mas de repente ele tem mulher e filho e isso muda tudo", concluiu Scott.

Filme de Will Smith e Santoro tira "50 Tons" do topo das bilheterias

Depois de reinar por um mês no Brasil, "Cinquenta Tons de Cinza" finalmente deixou o primeiro lugar das bilheterias. O responsável por desbancar o longa inspirado no best-seller da escritora E. L. James é o filme de ação "Golpe Duplo", estrelado por Will Smith e Rodrigo Santoro, que neste fim de semana arrecadou R$ 4.907.771, com público de 345.683 espectadores. Os números, referentes ao período entre quinta (12) e domingo (15), são da empresa de monitramento Rentrak.
No filme, dirigido pela dupla Glenn Ficarra e John Requa, Smith vive o líder de um grupo de trapaceiros que tenta aplicar um golpe no personagem interpretado por Rodrigo Santoro. Em entrevista ao UOL na semana passada, o ator comentou sobre a dificuldade de improvisar nas cenas falando em inglês.
No segundo do lugar do ranking vem outra estreia, "O Sétimo Filho". A produção britânica, com Julianne Moore e Jeff Bridges, faturou R$ 3 milhões com 184,1 ingressos vendidos. Agora em terceiro lugar, "Cinquenta Tons" somou R$ 2,5 milhões, com público de 167,8 mil. Fenômeno no mundo, o filme já arrecadou R$ 83 milhões no país, mais do que qualquer lançamento de 2014.
Já no quarto e quinto lugares estão a comédia "Kingsman: Serviço Secreto" (R$ 2,3 milhões e 160,6 mil) e "Para Sempre Alice (R$ 1,6 milhões e 101,3 mil).
"Simplesmente Acontece""Renascida do Inferno" "Sniper Americano""Tinker Bell e o Monstro da Terra do Nunca" e "Bob Esponja: Um Herói Fora D'água" completam a lista dos dez filmes mais vistos no país no último fim de semana. Juntas, as dez maiores bilheterias somam R$ 20,2 milhões e 1,4 milhão de espectadores —contra R$ 24,1 milhões e 1,7 milhão no fim de semana anterior.
Nos cinemas dos Estados Unidos e Canadá, a estreia de "Cinderela" monopolizou as atenções, arrecadando US$ 70,1 milhões.
Veja o ranking completo de bilheteria do fim de semana:
1 - "Golpe Duplo" - R$ 4,9 milhões, 345,7 mil pessoas (acumulado de R$ 83 milhões)
2 - "O Sétimo Filho" - R$ 3 milhões, 184,1 mil pessoas
3 - "Cinquenta Tons de Cinza" - R$ 2,5 milhões, 167,8 mil pessoas (acumulado de R$ 83 milhões)

4 - "Kingsman: Serviço Secreto" - R$ 2,3 milhões, 160,6 mil pessoas (acumulado de R$ 8,4 milhões)
5 - "Para Sempre Alice" - R$ 1,6 milhões, 101,3 mil pessoas (acumulado de R$ 2,3 milhões)
6 - "Simplesmente Acontece" - R$ 1,3 milhão, 96,6 mil pessoas (acumulado de R$ 4,4 milhões)
7 - "Renascida do Inferno" - R$ 1,2 milhões, 86 mil pessoas (acumulado de R$ 4,2 milhões)

8 - "Sniper Americano" - R$ 1,2 milhão pessoas, 74 mil pessoas (acumulado de R$ 15,3 milhões)
9 - "Tinker Bell e o Monstro da Terra do Nunca" - R$ 1,1 milhão, 77,1 mil pessoas (acumulado de R$ 7,1 milhões)
10 - "Bob Esponja: Um Herói Fora D'água" - R$ 1 milhão, 77,9 mil pessoas (acumulado de R$ 46,2 milhões)

Livros transformados em filmes rendem bilhões à indústria cinematográfica


Rodrigo Casarin


SniperNa semana passada, “Sniper Americano'', de Clint Eastwood, superou os US$ 500 milhões arrecadados em bilheterias de todo o mundo e se tornou o filme de guerra de maior sucesso comercial da história (posto que, até então, pertencia a “O Resgate do Soldado Ryan''). O longa que conta a trajetória real de Chris Kyle, atirador de elite do exército dos Estados Unidos, alçado à condição de herói nacional pelas mais de 150 pessoas que assassinou na Guerra do Iraque, é mais uma das muito bem sucedidas adaptações de livros – uma autobiografia homônima, no caso – para as telonas.
Além de “Sniper Americano'', temos hoje em cartaz no Brasil outros filmes que seguiram o mesmo caminho, como “50 Tons de Cinza'', adaptado da obra de E. L. James, e “Insurgente'', segundo filme da série “Divergente'', de Veronica Roth. Outros ainda virão, como “O Duplo'' (a partir do livro de Fiódor Dostoiévski), “Moby Dick'' (baseado no romance de Herman Melville), “Vício Inerente'' (Thomas Pynchon), “O Pequeno Príncipe'' (Antoine de Saint-Exupéry) e “O Outro Lado do Paraíso'' (Luiz Fernando Emediato).
A tendência de transformar em filme histórias contadas primeiro em livros parece ser cada vez mais forte e, pelos números, que chegam a alcançar os bilhões de dólares, deverá continuar como uma grande aposta da indústria cinematográfica. Vamos a alguns deles:
– Dentre as estreias do ano passado, o campeão de bilheteria nos Estados Unidos foi justamente “Sniper Americano'', que já arrecadou US$ 337,2 milhões no país – número que deve aumentar, pois segue em cartaz.
– A segunda colocação ficou com “Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1″, adaptação da obra de Suzanne Collins, que arrecadou US$ 336,8 milhões.
– Juntas, as adaptações de “Divergente'' (de Veronica Roth), “A Culpa é das Estrelas'' (de John Green) e “Garota Exemplar'' (de Gillian Flynn) renderam mais de US$ 140 milhões apenas na primeira semana de exibição.
– Lançado em 2013, “Frozen'', baseado no conto “A Rainha da Neve'', de Hans Christian Andersen, faturou US$ 1,3 bilhão.
– Os oito filmes da saga “Harry Potter'', criada por J. K. Rowling, arrecadaram mais de US$ 2 bilhões.
O chefaoHá ainda outros números que impressionam. A arrecadação de filmes inspirados em obras de J. R. R. Tolkien (“O Senhor dos Anéis'', “O Hobbit''…), por exemplo, supera US$ 1,5 bilhão, mas creio que, com o que foi apresentado, já é possível ter uma noção da força deste mercado.
Mercado que não aposta somente em livros do momento. O autor com o maior número de filmes (mais de 400) baseados em sua obra é o inglês William Shakespeare. Dentre os escritores vivos, a medalha de ouro fica com Stephen King, que viu 37 de seus títulos adaptados para as telonas, com destaque para “O Iluminado'', “À Espera de um Milagre'' e “Carrie – A Estranha''.
Há ainda toda uma linha de clássicos cinematográficos que fizeram essa transição do papel para o cinema, como “O Poderoso Chefão'' (adaptação de “O Chefão'', de Mario Puzo), “O Auto da Compadecida'', nacional baseado na obra de Ariano Suassuna, e o aclamado argentino “O Segredo dos Seus Olhos'', feito a partir do livro homônimo de Eduardo Sacheri. Sucessos comerciais e artísticos que nasceram da cabeça de escritores.

domingo, 15 de março de 2015

Dica de Livro - Para Sir Phillip, com amor

Título: Para Sir Phillip, com Amor
Titulo Original: To Sir Phillip with love
Autor: Julia Quinn
Editora: Arqueiro
Número de Paginas: 288

Eloise Bridgerton é uma jovem simpática e extrovertida, cuja forma preferida de comunicação sempre foram as cartas, nas quais sua personalidade se torna ainda mais cativante. Quando uma prima distante morre, ela decide escrever para o viúvo e oferecer as condolências. 

Ao ser surpreendido por um gesto tão amável vindo de uma desconhecida, Sir Phillip resolve retribuir a atenção e responder. Assim, os dois começam uma instigante troca de correspondências. Ele logo descobre que Eloise, além de uma solteirona que nunca encontrou o par perfeito, é uma confidente de rara inteligência. E ela fica sabendo que Sir Phillip é um cavalheiro honrado que quer encontrar uma esposa para ajudá-lo na criação de seus dois filhos órfãos. 

Após alguns meses, uma das cartas traz uma proposta peculiar: o que Eloise acharia de passar uma temporada com Sir Phillip para os dois se conhecerem melhor e, caso se deem bem, pensarem em se casar? 

Ela aceita o convite, mas em pouco tempo eles se dão conta de que, ao vivo, não são bem como imaginaram. Ela é voluntariosa e não para de falar, e ele é temperamental e rude, com um comportamento bem diferente dos homens da alta sociedade londrina. Apesar disso, nos raros momentos em que Eloise fecha a boca, Phillip só pensa em beijá-la. E cada vez que ele sorri, o resto do mundo desaparece e ela só quer se jogar em seus braços. 

Agora os dois precisam descobrir se, mesmo com todas as suas imperfeições, foram feitos um para o outro. 

Produtor dá detalhes sobre série derivada de "The Walking Dead"

  • Reprodução/EW.com
    Cliff Curtis, Kim Dickens e Frank Dillane em cena da série derivada de "The Walking Dead"
    Cliff Curtis, Kim Dickens e Frank Dillane em cena da série derivada de "The Walking Dead"
Antes mesmo de estrear nos Estados Unidos, a série derivada de "The Walking Dead", ainda sem título oficial, já teve sua segunda temporada encomendada pelo canal americano AMC. Isso já mostra que a emissora aposta num grande sucesso, assim como a atração original. O novo programa, que chega ao Brasil no fim do ano, pelo mesmo canal (que estreia exclusivamente na Sky a partir de 1º de abril), foi o assunto de um painel no evento South by Southwest, em que o roteirista e produtor executivo Robert Kirkman explicou como será a relação entre as duas atrações.
"Vamos apenas chamá-la de 'The Walking Dead CSI: Miami'", brincou Robert Kirkman, autor da HQ que inspirou o programa de TV, sobre a atração, que terá seis episódios de uma hora de duração na primeira temporada. Segundo ele, a série protagonizada por Sean Cabrera (Cliff Curtis) não terá nenhuma relação com os quadrinhos.
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"Desde o início da série, uma coisa que escutamos é 'O que está acontecendo em determinado lugar ou em outro'. Então, a ideia do novo programa é expandir aquele universo e mostrar outro canto dos Estados Unidos e o que está acontecendo lá", afirma o produtor.
Segundo ele, a linha do tempo é um pouco anterior à de "The Walking Dead", mas ele afirma não se tratar de um prequel (obra que conta a origem de outra, já lançada). "Rick Grimes (Andrew Lincoln) acordou do coma e se espantou: 'Zumbis, que esquisito!'. Possivelmente vamos ver isso se desenvolver um pouco mais na outra série. Mas eu não chamaria de um prequel porque nem toda a história vai acontecer antes da série original. Em algum momento vai tomar um caminho simultâneo", afirmou.
O fato de as duas se passarem ao mesmo tempo deixa o caminho aberto para a inserção de personagens nas duas histórias, o que motivou outra piada de Kirkman: "Nós vamos cruzar as duas séries num filme dos Vingadores e vai ser ótimo!".
No entanto, o produtor destaca que ambas as atrações serão independentes. "Você pode assistir ao programa e ter sua própria experiência. Há muitas coisas sobre o mundo de 'The Walking Dead' que os novos personagens terão que aprender. E pode ser que eles aprendam antes do que os personagens da outra atração. Vamos fazer coisas muito legais, mas na maior parte do tempo, os dois serão independentes", declarou.

sexta-feira, 13 de março de 2015

Chegou o novo livro do Padre Marcelo


Trailer do Filme Golpe Duplo com Will Smith e Rodrigo Santoro


Dica de livro

Sagarana, de Guimarães Rosa

Sagarana
Todos sabem: a obra-prima de Guimarães Rosa é “Grande Sertão: Veredas”, o romance brasileiro que mais dialoga com a literatura internacional — e sem submissão. Nos contos não há a mesma invenção, aquela linguagem rodopiante, que às vezes deixa o leitor tonto. Ainda assim, os contos de “Sagarana” merecem uma leitura atenta, alguns são “Pequenos Sertões: Veredas”. Alguém é capaz de ler e esquecer, por exemplo, “A hora e a vez de Augusto Matraga” e “Corpo Fechado”? (Editora Nova Fronteira)

Dica de Livro

Guerra e Paz, de Liev Tolstói

Guerra e Paz
Se tivesse lido cuidadosamente o romance “Guerra e Paz” — literatura e história —, Adolf Hitler não teria invadido a União Soviética, em 1941, ou seja, 129 anos depois, mas com os mesmos resultados funestos das tropas de Napoleão Bonaparte. Liev Tolstói examinou a história cuidadosamente e escreveu um romance poderoso a respeito da invasão napoleônica de 1812. Seu trabalho literário rivaliza-se com as melhores histórias sobre o assunto. Detalhe: além da guerra, ele examina minuciosamente a vida civil do período. Como complemento, o leitor pode consultar “1812 — A Marcha Fatal de Napoleão Rumo a Moscou”, de Adam Zamoyski. (Tradução de Rubens Figueiredo, a única feita a partir do russo. Editora Cosac Naify.)

Raridade, HQ biográfica mostra Silvio Santos de camelô a apresentador

"Quem é este homem dotado de extraordinário magnetismo pessoal, tornando-se o principal animador de nossa televisão, que em popularidade perdeu apenas 1% para a transmissão da Apolo 11? Afinal, quem é Sílvio Santos? É o que procuraremos contar nestas páginas."
Assim começa "Silvio Santos: Vida, Luta e Glória", biografia em quadrinhos do apresentador que foi ilustrada por Sérgio M. Lima, escrita por Rubens Francisco Lucchetti e lançada em 1969 pela editora Prelúdio. A HQ, que teve um exemplar reencontrado recentemente, mostra em detalhes a história de Silvio até aquela época, dos tempos de camelô a dono de um império midiático.
Ler a obra é como entrar numa máquina do tempo. Por meio dela, é possível ter noção da surpreendente longevidade do sucesso de Silvio Santos, que dura mais de meio século. Em suas páginas, vemos o início humilde do apresentador, que, quando criança, já se interessava pelo carisma e a capacidade que os vendedores ambulantes tinham para prender atenção do público nas ruas do Rio de Janeiro. Logo, ele próprio se tornaria um camelô, vendendo canetas para ajudar a completar o orçamento familiar. Por conta disso, Silvio quase foi preso _episódio mostrado na HQ. 
Dom para negócios
A publicação mostra ainda o início do trabalho do então futuro dono do SBT na Rádio Guanabara, onde começou narrando anúncios. Aos poucos, o dom de enxergar oportunidades de negócios de Silvio vai sendo revelada, principalmente na passagem em que ele resolve colocar um alto-falante na barca que realiza o transporte Rio-Niterói para entreter os viajantes. E também quando ele abre um bar, que faz muito sucesso, em frente à rádio Guanabara.
DivulgaçãoQuando o Silvio recebeu o Baú, era um escritório sem cadeiras, com uma caixa para sentar. Como ele tinha um tino comercial fora do normal, viu que aquilo era uma mina de ouroRubens Francisco Lucchetti, escritor
Outro trecho que chama atenção na HQ é o que revela os primeiros trabalhos de Silvio no circo, onde encarnava o herói Jerônimo no espetáculo "Jerônimo: o Herói do Sertão" e conheceu o humorista Ronald Golias e o cantor Agostinho dos Santos. Nessa época, impressionado com o entusiasmo de Silvio, o humorista e radialista Manuel de Nóbrega --pai de Carlos Alberto de Nóbrega e criador do programa "A Praça da Alegria"-- praticamente "deu" a ele o Baú da Felicidade, falando: "pague como puder, como quiser".
"Quando o Silvio recebeu o Baú, era um escritório sem cadeiras, com uma caixa para sentar. Como ele tinha um tino comercial fora do normal, viu que aquilo era uma mina de ouro", contou o roteirista Lucchetti ao UOL. Segundo o escritor,  que tem 85 anos e é considerado um ícone do pulp nacional, ele criou roteiro da HQ após uma série de entrevistas com Silvio Santos nos anos 1960.
"Trabalhava para e editora Prelúdio e estava na casa do Silvio para me oferecer para adaptar a série de rádio dele 'Histórias que o Povo Conta' para os quadrinhos", disse Lucchetti. "Já de pé pra ir embora, me ocorreu: 'Não autorizaria uma biografia do senhor em quadrinhos?' 'Tudo bem', ele falou. Ele liberou sem nem pensar muito."
DivulgaçãoEle é mesmo um fenômeno. Está com 84 anos e ainda em evidência. Não vejo paralelo a ele em lugar nenhum do mundo. É o perfeito comunicadorRubens Francisco Lucchetti, escritor
A partir de então, o roteirista passou a se encontrar semanalmente com Silvio nos estúdios da Rádio Nacional, onde o apresentador repassou toda a sua vida. "Cheguei lá e fiquei sentado no saguão", lembra Lucchetti. "Entramos numa salinha, e ele falou: 'eu vou te dar dez ou 15 minutos para você anotar, falo um pedaço hoje e depois nos próximos dias'. Além de seu tino comercial já conhecido, ele também tem uma mente primorosa para detalhes."
O roteirista ainda acrescenta: "Ele raramente dava entrevistas até naquela época. Quando diminuíam as vendas de revistas, elas 'inventavam' uma matéria com ele. Com ele na capa, uma revista vendia horrores".
Encontrada no "lixo"
O exemplar reencontrado faz parte do acervo pessoal do roteirista Lucchetti. Por pouco, no entanto, "Silvio Santos: Vida, Luta e Glória" quase foi parar no lixo. A HQ foi reencontrada pelo advogado Geraldo Cossalter, amigo da família de Lucchetti. Há cinco anos, ele ficou com uma caixa com fitas e livros antigos que foram descartados em uma limpeza na casa do escritor.
"No ano passado, eu abri esta caixa para dar uma olhada e a guardei novamente. Este ano eu me lembrei das HQs, as peguei e levei para o Lucchetti", disse Cossalter ao UOL. "Ele ficou emocionado, pois estas HQS estavam perdidas havia vários anos. Ele se emocionou, e eu acabei compreendendo que elas haviam 'ido para o lixo' por engano."
"A revista foi um fenômeno. Vendeu horrores. Acho que vendeu 200 mil exemplares, contra uns 70 mil do 'Histórias que o Povo Conta' --ideia original de revistas," afirmou Lucchetti, que se diz impressionado com a capacidade de Silvio Santos até hoje prender a atenção de telespectadores por horas a fio. "Ele é mesmo um fenômeno. Está com 84 anos e ainda em evidência. Não vejo paralelo a ele em lugar nenhum do mundo. É o perfeito comunicador."

"Star Wars" lançará 20 livros como introdução a "O Despertar da Força"

Para preencher o espaço em branco entre "Star Wars Episódio VI: O Retorno de Jedi", de 1983, e "Star Wars Episódio VII: O Despertar da Força", que estreia em 18 de dezembro deste ano, cerca de 20 novas histórias sobre "Star Wars" serão publicadas a partir de abril.
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Segundo o site Enterteinment Weekly, as publicações serão lançadas pela Disney Publishing Worldwide em parceria com a Lucasfilm Press. Os livros voltados para adultos, adolescentes e crianças formarão um novo universo expandido e serão fruto de colaboração entre escritores, editores, roteiristas e cineastas de confiança da Lucasfilm.
Como a maioria dos livros ainda está em processo de criação, não foram revelados muitos detalhes da trama. Mas, segundo o site, alguns autores e títulos já são conhecidos. "Moving Target", por Cecil Castellucci, gira em torno da Princesa Leia; "The Weapon of the Jedi", de Jason Fry, será sobre Luke Skywalker; e "Run Smuggler", de Gre Rucka, seguirá Han Solo.
A Marvel também vai produzir alguns títulos, como uma história contada na perspectiva do androide C-3PO. A nova série de publicações será chamada de "Journey to Star Wars: The Force Awakes".
FISGAR PÚBLICO JOVEM
A iniciativa ocorreu depois de a Lucasfilm ter anunciado em abril do ano passado que os conteúdos dos livros, histórias em quadrinhos e jogos existentes até então, o chamado "universo expandido" da franquia, não teriam relação com o roteiro dos novos filmes.

O objetivo é se aproximar do público que não tinha nascido quando a primeira trilogia foi exibida nas salas de cinema.

"É uma maneira de apresentar os heróis e vilões desses filmes a uma nova audiência que pode não estar tão familiarizada como quem viu os filmes nos cinemas", explicou Andrew Sugerman, vice-presidente executivo da Disney Publishing Worldwide.
Essas novas obras, por outro lado, serão consideradas como "oficiais" dentro da saga, da mesma forma que a série "Guerra nas Estrelas: Rebeldes", transmitida pela emissora "Disney XD". 

Conto de Neil Gaiman escrito para ser declamado ganha edição ilustrada

  • Divulgação
    Capa de "A Verdade é Uma Caverna nas Montanhas Negras", de Neil Gaiman
    Capa de "A Verdade é Uma Caverna nas Montanhas Negras", de Neil Gaiman
"A Verdade É uma Caverna nas Montanhas Negras" (Intrínseca) é um obra curiosa de Neil Gaiman, escritor e roteirista conhecido pela HQ "Sandman" e livros como "Deuses Americanos". Não se trata propriamente de um livro ilustrado, nem de um quadrinho, mas fica entre essas duas mídias, pendendo para um lado ou para o outro em diferentes momentos.
O "livro" também teve uma criação curiosa. Ele foi escrito para ser lido por Gaiman em uma apresentação ao vivo no Opera House de Sydney, na Austrália, em agosto de 2010. O desenhista Eddie Campbell, conhecido por sua colaboração com Alan Moore na HQ "Do Inferno", foi chamado para criar as ilustrações que seriam projetadas ao fundo. Posteriormente narração foi lançada em CD e a versão impressa recebeu prêmios como o Locust Award e o Shirley Jackson Award. Essa versão impressa que está sendo lançada agora no Brasil.
A história acompanha um anão que convoca um ex-bandido nos Highlands escoceses para levá-lo a uma misteriosa caverna onde, dizem, um homem pode sair de lá com todo o ouro que consegue carregar. Ou talvez essa seja apenas uma das verdades dessa história críptica e há um preço a ser pago para entrar nessa gruta nas montanhas das Ilhas das Brumas: você sai de lá mais rico, mas menos capaz de apreciar a sua riqueza.
Assim como boa parte das obras de Gaiman, "A Verdade É uma Caverna nas Montanhas Negras" pode ser descrito como um conto de fadas para adultos. O autor tem uma exímia capacidade de criar histórias que são aparentemente simples, e portanto podem ser apreciadas por crianças, ao mesmo tempo em que possuem nuances mais profundos para serem de interesse também aos mais velhos.
Reprodução
Imagem de "A Verdade É uma Caverna nas Montanhas Negras", de Neil Gaiman
Há um ar de magia e mistério constante na história, muitas coisas são subentendidas ao invés de reveladas. Ela tem aquela qualidade de conto de fadas "pré-Disney", sombrio e assustador e mesmo sem a narração a história retêm uma surpreendente qualidade oral.
O traço propositalmente rústico de Campbell complementa constantemente a história, ajudando a criar uma atmosfera de memória, de imagens que vão sendo lembradas conforme a narrativa avança. Uma variedade de estilos são usados, alguns parecem quadros, outros são esboços inacabados, alguns até são colagens que misturam desenho e fotografia.
"A Verdade É uma Caverna nas Montanhas Negras" é um livro curto, que pode ser lido com atenção em cerca de uma hora. É um excelente livro de histórias infantis para ser lido por (ou para) adultos antes de dormir.
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quarta-feira, 4 de março de 2015



O céu recebeu mais uma estrela


VIDA DE POBRE




Depois de ler a trilogia, fãs criam novas histórias com casal de "50 Tons"

Da fanfic vieste, à fanfic retornarás.
Ok, a adaptação do provérbio bíblico com o termo fanfic (ficção criada por fã a partir de alguma obra famosa) pode ter um gosto questionável, e alguns ainda poderão considerá-la uma heresia por ter sido usada logo em uma matéria sobre "Cinquenta Tons de Cinza", mas é uma forma de condensar em uma única frase a trajetória da famosa obra de E. L. James, que chega aos cinemas nesta semana (veja o trailer acima). Se a autora iniciou a sua trilogia fazendo fanfics apimentadas de "Crepúsculo", nada mais justo que agora, após tamanho sucesso, veja suas tramas e personagens inspirando novas fanfics.
Dentre as centenas –se não milhares– de versões alternativas para a história de Anastasia Steele e Christian Grey escritas por fãs de "Cinquenta Tons de Cinza", uma das nacionais que se destaca é "Cinquenta Tons Eternos", escrita por Laura Vidaurreta, 31 anos, que trabalha como tradutora e é fã da saga. "Para mim, a trilogia representa amor e redenção. Às vezes, o que você conhece por verdade absoluta pode ir por terra quando se conhece o amor verdadeiro. O amor  transforma, melhora, amadurece", enumera.
Dividida em 65 capítulos, a história da fanfic criada por Laura levou cerca de um ano para ser escrita. A autora se preocupou, principalmente, em trabalhar com os personagens, desenvolvê-los, sem que perdessem sua essência. A partir disso, criou novas situações para que pudesse, bem como seus leitores, ter mais momentos com Anastasia e Christian, elaborando uma continuação da vida dos dois. "O final do terceiro livro deixou algumas pontas soltas, e eu achei que ainda havia muita história para contar", diz ao explicar as razões que a levaram a criar uma ficção a partir da obra.
Reprodução/FacebookO que todas [as boas fanfics] têm em comum é a relação da Anastasia e do Christian. Umas valorizam mais a relação física deles, outras valorizam o amadurecimento do relacionamento dos dois, mas o foco é sempre o casalLaura Vidaurreta, autora de "Cinquenta Tons Eternos"
Seguindo premissa semelhante, é possível encontrar pela internet desde simples continuações da história contada por E. L. James até iniciativas que extrapolam o sadomasoquismo light proposto pela escritora e entram em temas ainda mais polêmicos, ligados ou não ao sexo, tais quais relacionamentos incestuosos e tráfico humano. Como é de se esperar na web, o bizarro também está presente, seja em versões com direito a vampirismo, por exemplo (uma espécie de volta à gênese da obra, aliás), seja em versões com ilustres participações de astros como Justin Bieber ou os garotos do One Direction –destas, "After", de Anna Todd, está para virar filme, inclusive.
Uma das fanfics que mais fazem sucesso dentre os fãs da trilogia é "Cinquenta Tons de Cinza – Versão Grey", de Emine Fougner, que narra a história da perspectiva do personagem dominador pelo qual Anastasia se apaixona e que a inicia no sadomasoquismo. Laura destaca também "Cinquenta Tons Intermediários", de Isabelle Abreu. "O que todas [as boas fanfics] têm em comum é a relação da Anastasia e do Christian. Umas valorizam mais a relação física deles, outras valorizam o amadurecimento do relacionamento dos dois, mas o foco é sempre o casal", diz Laura.
A autora de "Cinquenta Tons Eternos", que fez seu trabalho de forma despretensiosa, acreditando que poucas pessoas o leriam, já alcançou cerca de 300 mil leitores. Ela credita o sucesso de sua fanfic e de diversas outras ao apego das pessoas pelos personagens. "Acho que não queriam se despedir deles. Penso que, assim como eu, elas também queriam saber o que aconteceu com eles depois do final do terceiro livro", argumenta.
De Icy a E. L. James
"Master of The Universe", mais conhecido dentre os fãs pela sigla Motu. Esse era o nome da fanfic que E. L. James (que assinava como Icy) escrevia ampliando os horizontes de "Crepúsculo", um de seus livros favoritos. Na narrativa, publicada a partir de 2009, a autora expunha Bella, a protagonista da saga vampiresca, a diversas seções de sexo extremo, com direito a abusos e crueldades, comandadas pelo vampiro Edward, seu par na história. A abordagem começou a circular com intensidade dentre os fãs da saga de Stephenie Meyer e o sucesso não tardou.
Com cada vez mais leitores, logo Icy mudou seu nome para E. L. James, passou a publicar os textos em seu próprio blog e proibiu que traduções dos escritos fossem feitas. Em seguida, começou a limar as referências a Crepúsculo de suas histórias e a tentar apagar as reminiscências do início de seu trabalho da internet. Em 2011, quando lançou o primeiro livro de "Cinquenta Tons de Cinza", já tinha criado uma trama para chamar de sua, apesar de não negar que seus personagens principais são mesmo inspirados em Edward e Bella.
Assim, de uma fanfic, nascia um dos maiores sucessos editoriais de todos os tempos, que já vendeu mais de 100 milhões de cópias ao redor do mundo, foi traduzida para mais de 50 idiomas, fez com que as prateleiras de livrarias ficassem repletas de erotismo comedido e agora chega aos cinemas.