quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Dan Stulbach, Marco Luque e Rafael Cortez compõem a bancada do novo "CQC"

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    Dan Stulbach, Marco Luque e Rafael Cortez compõem a nova bancada do "CQC"
    Dan Stulbach, Marco Luque e Rafael Cortez compõem a nova bancada do "CQC"
Com a estreia da nova temporada marcada para março, o novo "CQC" terá Dan Stulbach, Marco Luque e Rafael Cortez na bancada do programa. 
"O CQC começa em 2015 sua oitava temporada, novas caras chegam e outras antigas retornam para resgatar seu espírito crítico. O resumo semanal de notícias volta às origens como um clássico e bem humorado programa da TV brasileira", afirma Diego Guebel, diretor-geral de conteúdo da Band.
Após uma temporada na Record, Cortez comemorou sua volta ao programa por meio de sua página no Instagram. "Em 2015, a bancada do 'CQC' terá, além do Dan Stulbach e do @marcoluque, eu! É a realização de um sonho e um tremendo desafio para a minha carreira. Vou dar tudo de mim para surpreender e divertir vocês. Seguirei com minhas participações em muitas outras coisas do programa, algumas já certas e que serão boas novidades para todo mundo. Obrigado a todo mundo que me estimula e sempre torceu por mim. Vamos nessa que estamos só começando".
O programa volta ao ar no dia 9 de março com o cenário novo, além de abertura, vinhetas e identidade visual renovadas. 
No dia 4 de novembro, Tas oficializou a sua saída do "CQC", que passará a ser comandado por Dan Stulbach. Mesmo com o interesse da Bandeirantes em renovar o seu contrato, Tas optou por encarar outros desafios e já se sabe, inclusive, que ele está estudando propostas de outros canais de TV. Record e SBT, por exemplo, nunca esconderam interesse no seu trabalho. 



terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Sem "censura", documentário sobre Cássia Eller refuta morte por overdose

Companheira de Cássia Eller por 14 anos, hoje espécie de guardiã do legado da cantora, Maria Eugênia Vieira levantou apenas uma condição quando o diretor Paulo Henrique Fontenelle apresentou a ela, em 2010, o projeto de um possível filme. Na contramão de artistas "censores", Cássia merecia uma versão fiel ao que era. Nada de omitir histórias como de homossexualidade, casos extraconjugais, abuso de drogas ou mesmo sobre a paternidade do filho Chicão, que ela fazia questão de esconder na época.

Sem filtros, o documentário "Cássia", que entra em cartaz nesta quinta-feira (29), ainda tenta esclarecer uma informação truncada, que chegou a revoltar a família. Diferentemente do que a imprensa especulou na época, a cantora não morreu após sofrer uma overdose de cocaína em 2001. No documentário, amigos próximos negam que as três paradas cardíacas que ela sofreu em uma clínica no bairro de Laranjeiras, no Rio, tenham sido provocadas pelas drogas.

"Sempre houve muita desinformação. A notícia de que ela poderia ter morrido de overdose foi capa da 'Veja'. Mas, por outro lado, o resultado do IML provando que o que ela teve foi um infarto não ganhou repercussão. E o que fica é a informação mais contundente", diz ao UOL Maria Eugênia, que colaborou no projeto cedendo parte de um arquivo pessoal que mantém há mais de duas décadas. "O filme é legal porque toca nesse assunto das drogas e esclarece pontos que acho importantes. Mas não ficou nenhuma mágoa disso. Acho que é apenas a ignorância das pessoas mesmo."



Repleto de fotos, entrevistas e vídeos raros, o filme foge da mera caricatura artística. O foco está na intimidade da artista, tida por muitos como a última grande voz feminina do Brasil. Depoimentos como o da amiga Zélia Duncan e do parceiro Nando Reis reforçam ainda mais a personalidade dúbia de Cássia: rebelde e intensa nos palcos, mas de uma timidez desconcertante na hora de dar entrevistas.


Também chama a atenção no filme a gradual transformação de roqueira a uma intérprete às raias da MPB, capaz de atingir um público amplo e de várias faixas etárias, rompendo velhos preconceitos de gênero. Antes da parceria bem-sucedida com Nando Reis, foi a vinda do filho, em 1993, o catalizador desse processo. Hoje com 21 anos, dando os primeiros passos na música, Chicão é um espelho da mãe. Introvertido, suou de nervoso e quase não conseguiu gravar a entrevista para o documentário.

"Eu queria mostrar exatamente isso. Toda essa evolução, todos esses lados e fases da vida dela. Não só as polêmicas, mas essa parcela pessoal, maternal, que as pessoas desconhecem", conta o diretor Fontenelle, que levou o prêmio do público de melhor documentário na 38ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. No Festival do Rio, "Cássia" foi ainda exibido como "hors concours".


"Fico feliz com o sucesso. Acho que o fato de mostrar esse outro lado dela está sendo uma grande surpresa. Muitos vão lá para ouvir a música e acabam encontrando uma história de vida que é muito mais bonita que a da artista. Como pessoa, ela era muito mais fantástica", diz Fontenelle, que precisou se virar na produção, sem o apoio de uma biografia oficial ou de um vasto repertório bibliográfico. Acervos de jornais, TVs e lembranças de amigos serviram como principal matéria-prima para o roteiro, que não teve interferência da família.

Aos neófitos na obra de Cássia, o documentário pode até causar certa estranheza, e logo de saída. A figura que usava moicano, que coçou o "saco" e pagou peitinho no Rock in Rio 3, começou a carreira de vestido longo e paetês, cantando números de cabaré na companhia teatral de Oswaldo Montenegro, em Brasília.
"Cassia Eller foi um dos melhores sustos que tomei na vida", lembra Oswaldo aoUOL. "A Madalena Salles, flautista e assistente de direção da peça, pediu que ela cantasse alguma coisa ao violão. Quando ouvi aquela voz, que transformava qualquer coisa que cantasse numa música 'dela', foi um espanto imediato. Ali, já a escalei para cantar o tema do espetáculo e ser a principal solista. Fizemos uma temporada longa em Brasília e depois partimos para mais dois meses em Belo Horizonte."

MIS reabre saguão do Castelo Rá-Tim-Bum e promove leilão de peças


A partir de 11 de fevereiro, o MIS (Museu da Imagem e do Som) reabre a área do saguão do Castelo Rá-Tim-Bum, com a árvore da Celeste e o quarto do Nino, para visitação gratuita, até dia 12 de abril. O museu encerrou a temporada da exposição no último domingo (25) e recebeu cerca de 410 mil visitantes, desde julho de 2014.

No dia 22 de fevereiro, o museu promove um leilão de peças cenográficas que estiveram expostas. A lista completa de objetos estará disponível no site do MIS (www.mis-sp.org.br) a partir do dia 12 de fevereiro.
Entre as peças disponíveis estarão objetos do Laboratório do Tíbio e Perônio e da Oficina Doutor Victor; o globo terrestre dourado da biblioteca; a licoreira e o balde de gelo com pegadores do quarto da Morgana; as chaleiras de cobre, pinguins de geladeira e potes de mantimentos da cozinha; e foguetes e robôs miniaturas da Sala de Música.
O leilão terá valores simbólicos, como o leilão da exposição Stanley Kubrick, em janeiro de 2014.
Serviço
Reabertura saguão do Castelo Rá-Tim-Bum
Quando:  De 11 de fevereiro a 12 de abril. De terça a sexta, das 12h às 21h; sábados, das 10h às 22h; domingos e feriados, das 11h às 20h
Onde: MIS - Avenida Europa, 158, Jardins
Quanto: gratuito
Leilão Castelo Rá-Tim-Bum
Quando: 
22 de fevereiro, horário a definir
Onde: área externa do museu
Quanto: entrada gratuita

domingo, 25 de janeiro de 2015

SOCORRO, O CALOR É TANTO QUE ESTE ANO, DE MILHO, SÓ TEREMOS PIPOCA



O ano de 2015 começou muito louco, primeiro, a presidente Dilma Roussef, em seu discurso de posse, descreveu o Brasil como se fosse um paraíso. Dias depois, como uma bruxa má, ou a cobra que comeu a maçã, o paraíso simplesmente foi destruído. Alta nos juros, nos impostos. Novas regras de aposentadoria, limitações no seguro desemprego. Aumento nos combustíveis. Cadê o paraíso? E eu que tinha quase acreditado. O paraíso acabou, ou seria o sonho? O sonho acabou e voltamos à vida real, ou será que o sonho virou um pesadelo? Se é um pesadelo eu não sei, só sei que a bruxa sempre aparece? Seria um filme de terror?

A coisa esta tão estranha que mais um vegetariano voltou a comer carne. Seria o milagre das verdinhas? No ano passado o cantos Roberto Carlos, vegetariano declarado, apareceu em um comercial de uma empresa de carnes. Agora é a apresentadora Angélica que se rende aos prazeres da carne. A loira aparece comendo um cachorro quente em um comercial de salsicha. Segundo consta Angélica não comia carne à 23 anos. Milagre! Milagre! Seria o milagre das verdinhas? Aquele que fez até Ronaldo Nazário emagrecer um pouquinho (mas só um pouquinho, né).

E o calor, Meu Deus, como está calor. Se continuar assim o ar-condicionado será o funcionário do verão, não só do mês. O problema é que o forte calor já começou a prejudicar a agricultura (cadê o Paraíso), segundo informações seguras este ano os produtos derivados de milho, como bolo, pamonha, cural, dentre outros, não serão processados, de milho mesmo, só a pipoca será produzida, e no local, é só ir a plantação.

Loucura! Loucura! Cadê as chuvas de verão? Será que estão atrasadas iguais aos antigos trens da FEPASA? Ou tiveram o mesmo destino... Que nada! Devem estar igual à justiça brasileira: Atrasada, mais um dia chega. Nem que seja para ferrar tudo. Mas chega.

Janeiro, férias, calor, um bom momento para tomar um bom banho de mar. Ou, aqui no interior, um bom banho de rio. Procure um rio perto de você (enfim o paraíso?), se tiver água, fotografe (as gerações futuras lhe agradecerão) e se jogue, antes que ele se transforme em uma Cantareira. E por falar em Cantareira, chove em São Paulo, mas no reservatório, nada, se as coisas continuarem assim os paulistanos terão que fazer a dança da chuva dentro da represa, ainda bem que deve ser bem rasinho por lá.

E os paulistanos; deve ser muito difícil morar em São Paulo: se chove a cidade vira um caos. Se não chove, a cidade vira um caos. Não tem para onde correr. Agora se chove, e não chove onde se deve, a cidade vira um inferno. E cadê a água para apagar o fogo? Cadê o paraíso?

E vai começar o BBB (isso é só para te lembrar que: Não há nada tão ruim que não possa piorar.)

Vou embora antes que apareça mais um imposto por aí. Já pensou um imposto para taxar as besteiras que a gente fala? Se for por besteira que se fala (ou que se escreve) eu estou na “roça”, agora se for imposto por besteira que se faz, tem gente que não vai ter como pagar.

Fui !!!



Marc Souza



quinta-feira, 22 de janeiro de 2015


Resenha

            

Ao ser indagado sobre qual estilo literário utilizou em seu novo livro; FATOS RELATOS E BOATOS, Marc Souza por alguns segundos, pensa e, responde: Contos e Crônicas.
            E, não há dúvidas sobre isso. Enquanto em seu primeiro livro, Marc nos mostra sua veia “Crônica”, neste segundo conhecemos o “Contista Marc”, mas, ao mesmo tempo ele não abandona a crônica, gênero literário, que segundo ele mesmo diz, gosta mais.
            FATOS RELATOS E BOATOS é uma seqüência de boas histórias. Nele, Marc faz-nos emocionar com seus Contos sensíveis e reais, e, rir com suas Crônicas, onde ele emprega toda a sua ironia e sarcasmo.
Não há como ficar indiferente ao lermos o conto Clarice, onde a personagem principal sofre uma decepção que transforma sua vida para sempre. Ou ao lermos Vidas Mortas, onde o autor faz-nos sentir todos os odores e sofrimentos da seca nordestina. Como também, não da para não rir da hipocrisia de uma mãe frente ao noivo da filha na Crônica: Beleza, ou da “trágica surpresa” da Crônica de mesmo nome.
            FATOS RELATOS E BOATOS, mostra toda a capacidade deste autor em criar personagens fascinantes: como Amélia uma mulher independente que..., bem é melhor nada dizer para que não se perca toda a magia desta personagem, ou Dona Menina, que nos mostra o verdadeiro significado do amor. E Crônicas: Marc tem o dom de enganar o leitor, é irônico e o jogo de palavras em que convida o leitor a participar o leva simplesmente a finais improváveis, mas, ao mesmo tempo prováveis diante do ponto de vista do autor.
            Crônicas como A proposta e A procura deixa o leitor simplesmente boquiaberto com toda a sua criatividade.
            Marc é um artista das palavras, um contador de histórias. Seja com sua veia CRÔNICA, ou com seus CONTOS, Marc prende o leitor da primeira a última linha. Deixando-o inebriado com suas lindas ou engraçadas histórias, histórias que o leitor há de convir, são inesquecíveis.



            Interessados em adquirir o mais novo livro do Marc Souza, entrar em contato pelo email: marcsouz@yahoo.com.br             

Dica para você fazer a melhor salada do mundo


Que a melhor sala de aula do mundo está aos pés de uma pessoa mais velha; mais dá na vista que ter uma criança adormecida em seus braços é um dos momentos mais pacíficos do mundo. ~William Shakespeare


quarta-feira, 21 de janeiro de 2015



Amém !


Para pensar!


Após cair em domínio público, "O Pequeno Príncipe" ganha novas edições

Mesmo quem nunca leu "O Pequeno Príncipe" já se deparou por aí com frases presentes no livro, como "tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas" ou "o essencial é invisível para os olhos", além de desenhos dos personagens da obra. E, em 2015, com certeza encontrará muito mais referências ao romance do francês Antoine de Saint-Exupéry, principalmente nas livrarias.
Isso porque no ano passado se completaram sete décadas da morte do autor, e toda a sua produção passou a ser de domínio público a partir de 1º de janeiro de 2015. Com isso, editoras nacionais já se movimentam para colocar no mercado as suas versões para um dos maiores clássicos da literatura mundial, que, desde o lançamento, em 1943, permanece em listas de mais vendidos –só no Brasil, já teve mais de 2 milhões de exemplares comercializados— e já foi lançado em mais de 250 idiomas, tornando-se o título mais traduzido a partir da língua francesa.
"O Pequeno Príncipe" apresenta a história de um piloto de avião que, após uma pane em sua aeronave, é acordado por um garoto loiro em pleno deserto do Saara. O menino o conduz por uma narrativa que desafia os conceitos da realidade, ao mesmo tempo em que questiona diversos valores de nosso mundo. O texto da versão original da obra era acompanhado por ilustrações em aquarela feitas pelo próprio Exupéry, desenhos que agora também estão livres para ser usados em novas versões do livro.
As versões que virão
Das editoras nacionais que trabalharão com "O Pequeno Príncipe" em 2015, a L&PM e a Geração Editorial saíram na frente. Suas edições já estão prontas e seguem proposta semelhante, com dois formatos distintos e apêndices com material extra sobre o autor, cuja vida e o restante da obra são bem menos conhecidos do que seu livro mais famoso.
"Trata-se de um clássico popular com conceitos universais, que jamais perderão o sentido. Tendo caído em domínio público, é natural que várias editoras se interessem por fazer suas próprias edições", diz Fernanda Emediato, diretora-executiva da Geração Editorial, que apostou numa tradução de Frei Beto e em uma opção com capa dura, para colecionadores, e outra de bolso, com preço mais em conta.
A L&PM também traz uma versão de bolso –marca da editora– acompanhada de outra tradicional, como costuma fazer com seus principais títulos. "[Resolvemos editar 'O Pequeno Príncipe'] porque é um ícone moderno, um livro cuja perenidade é incontestável", explica Ivan Pinheiro Machado, editor da casa.
A tradução ficou por conta de Ivone Benedetti e, segundo os editores, traz uma diferença significativa se comparada às versões que tínhamos da obra no país. No capítulo 17, por exemplo, quando a personagem Rosa fala sobre os humanos, uma das frases era: "Os homens? Eu creio que existem seis ou sete. Vi-os faz muito tempo. Mas não se pode nunca saber onde se encontram. O vento os leva. Eles não têm raízes. Eles não gostam das raízes".
DivulgaçãoTrata-se de um clássico popular com conceitos universais, que jamais perderão o sentido. Tendo caído em domínio público, é natural que várias editoras se interessem por fazer suas próprias ediçõesFernanda Emediato, diretora-executiva da Geração Editorial
Já na versão de Ivone, devido a uma diferença na interpretação do francês, a fala da Rosa passou a ser: "Humanos? Existem uns seis ou sete, acho. Eu os avistei há alguns anos. Mas nunca se sabe onde podem ser encontrados. São carregados pelo vento. Não têm raízes, esse é o problema deles".
A primeira versão citada no texto é a de Dom Marcos Barbosa, publicada pela Agir, detentora exclusiva dos direitos da obra no país de 1952 até o final de 2014. No início do ano passado, aliás, a editora colocou no mercado uma nova tradução de "O Pequeno Príncipe", assinada por Ferreira Gullar, que já apresentou outra versão da fala da Rosa, muito mais próxima da de Ivone: "As pessoas? Creio que só existem umas seis ou sete. Eu as vi faz alguns anos. Mas não se sabe nunca onde elas se encontram. O vento as leva. Elas não têm raízes, o que é um problema". Por meio de sua assessoria de imprensa, a Agir garantiu que não pretende fazer qualquer tipo de reparo em suas edições, respeitando as decisões tomadas por Barbosa e Gullar.
Além da Geração Editorial e da L&PM, outras três grandes editoras deverão lançar "O Pequeno Príncipe" ao longo de 2015. Uma delas é a Autêntica, que publicará a obra com tradução de Gabriel Perissé em seu selo infantil. Em outubro, também chegará ao Brasil o filme de animação "O Pequeno Príncipe", adaptação do livro com direção de Mark Osbourne, com vozes dos atores James Franco, Rachel McAdams e Marion Cotillard (veja o trailer abaixo).
Sobre o domínio público
A Lei do Direito Autoral prevê que qualquer tipo de obra resultante de um trabalho intelectual passe a ser de domínio público depois de setenta anos contados a partir de 1º de janeiro do ano seguinte à morte do autor. Como Exupéry morreu em 1944, a contagem de tempo para sua obra cair em domínio público começou então em 1º de janeiro de 1945, por exemplo.
A partir do momento em que a obra passa a ser de domínio público, qualquer pessoa pode, independentemente de autorização ou pagamento de qualquer valor, copiá-la, distribuí-la, explorá-la economicamente, modificá-la... De toda forma, sempre deverá informar a autoria, dar o créditoDinovan Oliveira, membro da Comissão de Direito às Artes da OAB - SP
"A partir do momento em que a obra passa a ser de domínio público, qualquer pessoa pode, independentemente de autorização ou pagamento de qualquer valor, copiá-la, distribuí-la, explorá-la economicamente, modificá-la... De toda forma, sempre deverá informar a autoria, dar o crédito", explica Dinovan Oliveira, membro da Comissão de Direito às Artes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Paulo.
No caso específico de Exupéry, tanto o Brasil quanto a França seguem essa lei. "Pelo que tenho conhecimento, são poucos os países que dispõem de forma diferente. Geralmente, o que varia é o prazo de proteção. Um bom exemplo é o México, onde, salvo melhor juízo, o prazo vigora durante toda a vida do autor, acrescendo, após a sua morte, outros cem anos de proteção", diz Oliveira. O advogado também pondera que determinadas vertentes da arte podem seguir regras específicas, como é o caso da fotografia, cujo prazo para que a obra caia em domínio público passa a contar a partir do momento que a imagem é publicada, não quando o seu autor morre.
Há um porém, no entanto, com relação ao espólio de Exupéry: seus descendentes transformaram os personagens do livro em marca registrada para, com isso, garantir as receitas provenientes de merchandising e de outros produtos ilustrados com os desenhos do autor. Assim sendo, o livro pode ser publicado integralmente, como em sua versão original ilustrada. Os desenhos do livro, contudo, não podem ser utilizados, por exemplo, em camisetas, agendas ou qualquer outro tipo de objeto sem que haja uma autorização prévia. 

Dor de amor


Marvel vai apagar passado e reescrever tudo o que você sabe sobre os heróis

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A editora de quadrinhos Marvel, dona de títulos como "Homem-Aranha", "Vingadores" e "X-Men", anunciou nesta terça-feira (20) que vai zerar o passado e reescrever tudo o que se sabe sobre suas HQs desde a década de 1960. As mudanças atingem também o chamado universo Ultimate (cronologia inaugurada nos primórdios dos anos 2000) e serão formalizadas com o início de uma série intitulada "Guerras Secretas", prevista para maio, que irá lançar as bases para a reorganização do universo Marvel de agora em diante.
"Uma vez que publicarmos 'Guerras Secretas' #1, não existirá mais o Universo Marvel, Universo Ultimate, nada disso. Será tudo Battleworld", declarou Tom Brevoort, vice-presidente de publicação e editor-executivo da Marvel Comics. No universo Marvel, Battleworld é o nome de um planeta criado a partir de fragmentos de outros mundos pelo personagem Beyonder durante a primeira versão de "Guerras Secretas", lançada ainda nos anos 1980, que serve de palco de batalhas entre os super-heróis e vilões criados pela editora. Foi nessa saga, por exemplo, que o Homem-Aranha adquiriu seu uniforme negro.
Dividida em oito partes, a nova versão de "Guerras Secretas" também pode trazer a ressurreição de personagens importantes que morreram ao longo das décadas nas HQs da companhia, como a ex-namorada de Peter Parker Gwen Stacy. "Se quisermos ressuscitá-la, este seria o lugar ideal para fazê-lo", disse Axel Alonso, editor-chefe da Marvel.
Ainda de acordo com os executivos, a editora irá lançar nos próximos dias um mapa interativo que revelará os diferentes países que abrigarão os personagens nesse novo Battleworld e as histórias em que eles irão aparecer.
Semanas atrás, a Marvel havia anunciado que os títulos "Vingadores" e "Novos Vingadores" seriam encerrados em abril, dando lugar ao título "The All-New, All-Different Avengers". Novos títulos e reformulações devem ser revelados pela editora em breve.
Ao contrário da DC, editora rival e dona dos direitos de heróis como Batman e Superman, a Marvel nunca havia reescrito a história de suas criações desde a década de 60. A DC, por sua vez, zerou suas cronologias com sagas como "Crise nas Infinitas Terras", de 1985, e recentemente outra vez com os "Novos 52".

Santa Inês nasceu na Itália, no ano de 1274. Muito jovem, sentiu o chamado do Senhor e deixou-se transformar pelo amor de Deus. Auxiliada pelo Espírito Santo, com muita sabedoria, ela permaneceu fiel ao seu voto e ao seu compromisso.


Personagens com deficiências podem dar Oscar a Julianne Moore e Redmayne

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    Eddie Redmayne e Julianne Moore em "A Teoria de Tudo" e "Para Sempre Alice"
    Eddie Redmayne e Julianne Moore em "A Teoria de Tudo" e "Para Sempre Alice"
Julianne Moore e Eddie Redmayne partem com grandes chances de levar a estatueta do Oscar com seus papéis impactantes, respectivamente, em "Para Sempre Alice" e "A Teoria de Tudo".

Moore é a favorita absoluta na categoria de melhor atriz graças a uma personagem que sofre os devastadores efeitos do Alzheimer, enquanto Redmayne pode conquistar o prêmio por sua interpretação de Stephen Hawking, o célebre astrofísico britânico que vive em uma cadeira de rodas e sem falar por causa da esclerose lateral amiotrófica.

Embora Michael Keaton, em "Birdman ou (a Inesperada Virtude da Ignorância)", lidere as apostas nessa categoria, Redmayne tem a seu favor o fato de interpretar uma personalidade real, outro grande fator que tradicionalmente é mais bem cotado na Academia, como demonstraram as vitórias recentes de Matthew McConaughey ("Clube de Compras Dallas", 2013), Daniel Day-Lewis ("Lincoln", 2012) e Colin Firth ("O Discurso do Rei", 2010).

O Oscar já premiou personagens memoráveis com deficiência ou doenças mentais como o do próprio Day-Lewis em "Meu Pé Esquerdo" (1989), quando interpretou o pintor e escritor irlandês Christy Brown, que sofria de paralisia cerebral, e a de Holly Hunter em "O Piano" (1993), quando interpretou uma pianista muda que se casou com um fazendeiro da Nova Zelândia em meados do século XIX.

Al Pacino finalmente saiu vitorioso após sete indicações ao dar vida ao coronel cego Frank Slade em "Perfume de Mulher" (1992), e Dustin Hoffman conquistou sua segunda estatueta dourada interpretando um autista em "Rain Man" (1988).

Tom Hanks foi nomeado duas vezes consecutivas ao interpretar um advogado soropositivo em "Filadélfia" (1994) e o nem tão inteligente, mas carismático "Forrest Gump" (1995), que por coincidência esteve presente em vários momentos decisivos da sociedade americana.

Outros casos recentes são os de Jamie Foxx, que transpôs com perfeição para as telas Ray Charles em "Ray" (2004), e o próprio McConaughey no ano passado, consagrado pelo papel de Ron Woodroof, um "cowboy" drogado que luta para conseguir de qualquer maneira medicamentos que prolonguem a vida de quem, como ele, contraiu o vírus da Aids.

No passado estão outros exemplos notáveis como os de Marlee Matlin, por "Filhos do Silêncio" (1986); Jon Voight, por "Amargo Regresso" (1978); Patty Duke, por "O Milagre de Anne Sullivan" (1962); Joanne Woodward, por "As 3 Máscaras de Eva " (1957); ou Harold Russell, por "Os Melhores Anos de Nossa Vida" (1946).

Os casos de Matlin e Russell são especialmente particulares.

Matlin, uma jovem surda de 21 anos, ganhou o Oscar de melhor atriz por interpretar uma estudante com a mesma deficiência que inicia uma relação sentimental com um fonoaudiólogo.

Russell, um veterano de guerra, fez história ao se transformar no primeiro ator não profissional e a primeira pessoa amputada - ele perdeu as mãos enquanto estava no exército - a levar o Oscar.

Além disso, Voight levou a estatueta pelo papel de um veterano do Vietnã paraplégico, vítima de uma lesão na medula, que encontra o amor de uma mulher (Jane Fonda) cujo marido ainda estava lutando na guerra.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

DESTINO



Eles se amavam muito. Amavam-se perdidamente. Eram almas gêmeas. E apesar da pouca idade, faziam muitos planos para o futuro.
Quando casariam...
Quantos filhos teriam...
Em todos planos e sonhos que tinham em comum, eram um casal feliz. Uma família feliz.
Mas o destino...
Ah! O destino! Tantas vezes herói. Outras tantas vilão. Responsável por nossas alegrias e tristezas. Por nossas realizações e decepções.
O destino resolveu agir, e não foi o herói.
De repente eles foram separados. Jovens demais nada puderam fazer, além de aceitar o que pelo destino lhes fora imposto.
Os anos passaram e eles tiveram outros amores.
Amores possíveis, impossíveis.
Por amor sofreram. Por amor choraram. Por amor fizeram planos, sonharam.
Viveram as suas vidas. Percorreram seus caminhos.
Até que o destino...
Ela estava no consultório médico quando ele entrou. Olharam-se vagarosamente se analisando mutuamente. Passada a tensão inicial, começaram a conversar.
Ela levava seu filho ao pediatra, enquanto ele, sua filha.
Ambos haviam se casado, mas, já estavam separados.
Trocaram endereços. Telefones.
Naquela noite nenhum dos dois conseguiu dormir. O destino novamente agira.
O destino...
Mal o dia havia amanhecido e ele já estava na frente da casa dela.
Pensou em ligar antes, mas, desistiu. Iria fazer-lhe uma surpresa. Iria se declarar a ela. Abrir o seu coração. Dizer que a amava, que sempre a amou. Que, em toda a sua vida ela era o seu único e verdadeiro amor.
Do outro lado da rua, havia mais felicidade. Ela estava feliz. O destino novamente lhe sorrira. E ela havia reencontrado o grande amor da sua vida. Ela não perderia tempo, ira se declarar a ele dizer que o amava e que ele era seu grande amor. Seu verdadeiro amor.
Em frente à casa do seu amor, ele observa a movimentação. Esta esperando a melhor hora para fazer aquilo que esperou a vida inteira.
E, mais uma vez, o destino age. A porta se abre e ela surge: Linda, maravilhosa.
Hipnotizado por tamanha beleza ele parte em sua direção. Vai ao encontro da sua alma gêmea. Do grande amor da sua vida. Extasiado. Maravilhado. Realizado.
Então, é atropelado por um ônibus, que, apesar de frear bruscamente, não consegue parar antes de acertá-lo, deixando-o caído, sem vida, próximo à sarjeta.
Ah, o destino!
O destino é @%*#!

Marc Souza


Arquivo X deve voltar às telinhas com elenco original


A famosa série de ficção científica Arquivo X, pode voltar a ser transmitida em breve. Recentemente, a FOX confirmou que existem conversas sobre uma possível retomada das filmagens, incluindo a participação de David Duchovny e Gillian Anderson, protagonistas da trama.
Arquivo X foi transmitida (nos Estados Unidos) entre os anos de 1993 e 2002. Além das 9 temporadas, foram produzidos dois filmes relacionados ao enredo: Arquivo X: O Filme, de 1998, eArquivo X – Eu Quero Acreditar, de 2008.
“Acho que já foi anunciado, e é verdade que existem conversas sobre Arquivo X. Estamos esperançosos que chegaremos a um acordo”, revelou Gary Newman, presidente da FOX, durante coletiva de imprensa no último sábado, 17.
Newman também confirmou que a nova temporada deve contar com a participação do icônico casal de protagonistas David Duchovny e Gillian Anderson, assim como contribuições de Chris Carter, criador da série.
“Se acontecer, será com David e Gillian revivendo os papéis”, explicou Newman. "Chris está interssado, assim como David e Gillian. A programação de ambos é muito distinta, David está participando de seriados e Gillian está trabalhando em uma produção no Reino Unido, o que dificulta um pouco. Realmente não sei quando retomaremos o projeto, mas estamos conversando”.

Em entrevista no início de janeiro, Gillian Anderson disse que ficaria “muito entusiasmada” se a FOX trouxesse de volta Arquivo X. Recentemente, Gillian atuou no seriado Hannibal, da NBC. Enquanto isso, Duchovny vai fazer parte do elenco de Aquarius, nova série criminal nos Estados Unidos.
A FOX também anunciou a volta de outra série e grande sucesso, 24 Horas. No entanto, Kiefer Sutherland, protagonista da trama, não fará parte do elenco.

Trailer do Filme 50 tons de cinza, assista agora


Compra de material escolar



domingo, 18 de janeiro de 2015

RESENHA: FATOS RELATOS E BOATOS


            

Ao ser indagado sobre qual estilo literário utilizou em seu novo livro; FATOS RELATOS E BOATOS, Marc Souza por alguns segundos, pensa e, responde: Contos e Crônicas.
            E, não há dúvidas sobre isso. Enquanto em seu primeiro livro, Marc nos mostra sua veia “Crônica”, neste segundo conhecemos o “Contista Marc”, mas, ao mesmo tempo ele não abandona a crônica, gênero literário, que segundo ele mesmo diz, gosta mais.
            FATOS RELATOS E BOATOS é uma seqüência de boas histórias. Nele, Marc faz-nos emocionar com seus Contos sensíveis e reais, e, rir com suas Crônicas, onde ele emprega toda a sua ironia e sarcasmo.
Não há como ficar indiferente ao lermos o conto Clarice, onde a personagem principal sofre uma decepção que transforma sua vida para sempre. Ou ao lermos Vidas Mortas, onde o autor faz-nos sentir todos os odores e sofrimentos da seca nordestina. Como também, não da para não rir da hipocrisia de uma mãe frente ao noivo da filha na Crônica: Beleza, ou da “trágica surpresa” da Crônica de mesmo nome.
            FATOS RELATOS E BOATOS, mostra toda a capacidade deste autor em criar personagens fascinantes: como Amélia uma mulher independente que..., bem é melhor nada dizer para que não se perca toda a magia desta personagem, ou Dona Menina, que nos mostra o verdadeiro significado do amor. E Crônicas: Marc tem o dom de enganar o leitor, é irônico e o jogo de palavras em que convida o leitor a participar o leva simplesmente a finais improváveis, mas, ao mesmo tempo prováveis diante do ponto de vista do autor.
            Crônicas como A proposta e A procura deixa o leitor simplesmente boquiaberto com toda a sua criatividade.
            Marc é um artista das palavras, um contador de histórias. Seja com sua veia CRÔNICA, ou com seus CONTOS, Marc prende o leitor da primeira a última linha. Deixando-o inebriado com suas lindas ou engraçadas histórias, histórias que o leitor há de convir, são inesquecíveis.

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PRESTIGIEM O AUTOR NACIONAL

                        

sábado, 17 de janeiro de 2015

Sucesso na internet, Caio Fernando Abreu volta com enxurrada de livros

"Sabe que o meu gostar por você chegou a ser amor? Pois se eu me comovia vendo você, pois se eu acordava no meio da noite só pra ver você dormindo, ah meu Deus… como você me dói vezenquando. Eu vou ficar esperando você numa tarde cinzenta de inverno, bem no meio duma praça, então os meus braços não vão ser suficientes para abraçar você e a minha voz vai querer dizer tanta, mas tanta coisa que eu vou ficar calado um tempo enorme, olhando você, sem dizer nada, olhando e pensando: meu Deus, mas como você me dói vezenquando!"
O trecho acima faz parte do conto "Harriet", do livro "O Ovo Apunhalado", de Caio Fernando Abreu, um dos escritores brasileiros mais citados na internet. Muito mais do que as belas frases compartilhadas em redes sociais, o autor escreveu diversos contos, romances, poemas e peças de teatro, que retornam às livrarias brasileiras em uma enxurrada de publicações –ótima oportunidade para quem deseja conhecer ou se aprofundar na obra do gaúcho, que morreu em 1996, aos 47 anos, por problemas decorrentes da Aids.
Paulo Giandalia/Folhapress
O escritor gaúcho Caio Fernando Abreu, em foto de 1991
No final do ano passado, a editora Nova Fronteira já havia colocado nas prateleiras os títulos "Limite Branco", "Pequenas Epifanias", "Os Dragões Não Conhecem o Paraíso", "Onde Andará Dulce Veiga?", "Pedras de Calcutá" e três volumes de "O Essencial de Caio Fernando Abreu", correspondentes às décadas de 1970, 1980 e 1990. Ainda neste ano, serão editados "Morangos Mofados", "Teatro Completo" e uma adaptação para quadrinhos inspirada em "Onde Andará Dulce Veiga?", assinada por Arnaldo Branco e André Freitas. 
Outra editora que aposta no autor em 2015 é a L&PM, que relançará "Ovelhas Negras", "Triângulo das Águas", "O Ovo Apunhalado" e "Fragmentos", além de um volume reunindo as últimas três obras de Abreu.
Palavras que falam à alma
A citação que abre este texto foi escolhida por Paula Dip, amiga do escritor e autora de "Para Sempre Teu", biografia dele –veja abaixo um bilhete que ele escreveu para ela, num momento decisivo para que a amizade acontecesse. Paula aponta Abreu como um dos escritores brasileiros mais importantes dos anos 1970 e 1980. "Eu não o considero somente um clássico apenas porque escrevia bem, amava as palavras e buscava a forma perfeita, mas sim porque sua literatura tocava em questões humanas universais, que falam diretamente à nossa alma. Escrevia principalmente sobre o amor e a falta dele. Dizia que, no fundo, somos todos iguais."
Reprodução
Bilhete escrito por Caio Fernando Abreu para Paula Dip, em 1979
Bruno Polidoro, que, junto de Cacá Nazario, produziu e roteirizou o documentário "Sobre Sete Ondas Verdes Espumantes", sobre Abreu, também fala do dom que os escritor tinha de abordar as questões humanas. "Dentre diversos pontos, o que sempre me tocou na obra do Caio foi a sua contemporaneidade, sua capacidade de refletir sobre nossos sentimentos mais íntimos, de dor, solidão, amor. A obra dele cria uma intimidade com o leitor, como se cada livro fosse escrito para cada um de nós. Em tom confessional, sinto quase como se Caio soubesse o que sinto no momento, e seus textos fossem cartas íntimas para mim." E acrescenta: "Além disso, a obra, assim como a vida dele, é marcada pelo sentimento de inquietude, numa busca incansável pelo novo, pelo deslocamento, pelos encontros".
Essa cumplicidade com o leitor e a busca por novas experiências ajudam a explicar por que trechos de suas narrativas têm presença constante em redes sociais, onde Abreu faz sucesso dentre pessoas que, em muitos casos, sequer eram nascidas quando o autor morreu. "As questões levantadas [por Abreu] são contemporâneas, permanecendo diretamente ligadas às questões da vida atual", diz Polidoro. Já Paula encara a leitura da obra do escritor como "um mergulho surpreendente. Ele fala das nossas emoções mais fundas, faz o retrato de uma época, tem um texto impecável, de uma entrega única. É apaixonante".
Representante de uma geração
Paula lembra que jamais viu alguém praticar tanto a escrita como Abreu, seja na profissão de jornalista –que detestava, mas servia para garantir o sustento--, seja fazendo literatura. Para tal, aproveitava-se do que estivesse à mão, fosse a máquina de datilografar, fosse um guardanapo qualquer. Também gostava de escrever em seu diário e de enviar cartas aos amigos e à família praticamente todos os dias –que também já renderam livro. "Nunca vi ninguém tão comprometido e apaixonado pela palavra escrita", rememora a biógrafa.
Pessoalmente, a amiga lembra que Abreu tinha um humor que oscilava entre o divertido e o extremamente triste, beirando uma "depressão quase profissional". Segundo ela, o escritor também sabia cativar as pessoas e cultivar amizades, mas, por outro lado, era "eficiente" em arranjar inimigos. "[Ele] dizia tudo o que pensava e quando queria, sabia ser crítico, demolidor", conta. Paula também se recorda de que o amigo apreciava observar as pessoas nas ruas, a arquitetura das cidades e sair à noite. Vivia com problemas financeiros, pois gastava o que ganhava com viagens, jantares, presentes e flores. "[Caio] cortejava as amigas e os amigos com um carinho ímpar. E era muito ciumento", diz Paula. De todos esses altos e baixos, o autor tirava as histórias presentes em sua obra.
Arquivo pessoal
Caio Fernando Abreu e a amiga Paula Dip, em foto tirada em 1982
Títulos de Abreu já foram traduzidos para os idiomas inglês, espanhol, francês, holandês,   italiano e alemão. "Morangos Mofados", reunião de contos lançada em 1982, tornou-se seu livro mais vendido e reeditado –e é apontado como um dos favoritos tanto de Paula quanto de Polidoro, que o destaca "pela força de uma época, pela transgressão, pelo grito que pulsa em cada uma das páginas".
Apesar das dezenas de livros publicados, provavelmente a obra de Abreu não está encerrada. A biógrafa conta que, ao morrer, o escritor deixou ao menos meia dúzia de títulos inacabados e alguns projetos em seus diários que ainda não chegaram ao público, além de poemas inéditos. Paula aposta que o amigo "será cada vez mais reconhecido. Ele sempre esteve à frente do seu tempo. Foi um 'popstar', é o principal representante da literatura urbana dos tempos do 'sex, drugs and rock and roll'. As novas gerações o adoram".

Outra citação

Se as novas gerações o adoram, voltemos às citações. Paula salienta que nem todos os textos atribuídos ao autor que circulam na internet são realmente dele, mas destaca que Abreu era "tão preciso em seus escritos que suas citações são quase aforismos, pura filosofia". Também entende que ler apenas trechos isolados é muito pouco para conhecer o escritor, recomendando que as pessoas busquem os textos de onde os trechos citados foram retirados, até para que possam contextualizá-los nos originais e entendê-los com o sentido proposto.
Em todo caso, fica aqui mais uma citação de Abreu, esta escolhida por Polidoro, que a retirou do conto "Natureza Viva", presente em "Morangos Mofados": "Sabes de tudo sobre esse possível amargo futuro, sabes também que já não poderias voltar atrás, que estás inteiramente subjugado e as tuas palavras, sejam quais forem, não serão jamais sábias o suficiente para determinar que essa porta a ser aberta agora, logo após teres dito tudo, te conduza ao céu ou ao inferno. Mas sabes principalmente, com uma certa misericórdia doce por ti, por todos, que tudo passará um dia, quem sabe tão de repente quanto veio, ou lentamente, não importa. Por trás de todos os artifícios, só não saberás nunca que nesse exato momento tens a beleza insuportável da coisa inteiramente viva. Como um trapezista que só repara na ausência da rede após o salto lançado, acendes o abajur no canto da sala depois de apagar a luz mais forte no alto. E finalmente começas a falar."