domingo, 30 de novembro de 2014

A PROCURA



Ele passou o dia todo procurando emprego, mas, em vão.
Andou, andou, andou e nada. Sem emprego. Uma proposta sequer. Mais um dia em vão. Mais um dia sem conseguir aquilo que mais desejava naquele momento: Um emprego.
Era só isso que desejava: Um emprego.
Havia muito meses não encontrava um “bico” sequer.
O dinheiro estava acabando. Não só o dinheiro, indispensável para a sua sobrevivência, mas a esperança também estava se esvaindo. Estava triste e desanimado, mas, procurava não desistir. Estava difícil, mas, não podia desistir.
Ele tinha que continuar, e acreditar, que logo as coisas iriam melhorar. Logo estaria empregado e feliz novamente.
Cansado pelo dia estafante ele resolveu sentar-se no banco da praça. As pessoas iam e viam, passavam pela sua frente, mas, ele estava tão absorto em seus pensamentos, que não via nada. Somente vultos que transitavam à sua frente. Pessoas sem rostos e sem histórias. Pessoas como ele, invisíveis ao sistema. Um sistema falido, que o considerava, apesar da pouca idade, quase um inválido.
A desculpa era sempre a mesma: Quando ele tinha experiência no trabalho, estava muito velho. Quando não conhecia o trabalho ele não tinha a experiência que a empresa esperava.
Era isso que estava vivendo. Uma vida de insegurança e medo. Uma vida de sentimentos diversos. Decepção. Desânimo. Medo.
Sentado naquele banco alheio ao que estava acontecendo, à sua volta, deixou-se abater. De repente não tinha mais forças para sair dali. De repente não queria mais sair dali. Estava totalmente entregue.
As horas foram passando e ele foi ficando. Ficando. Imóvel. A noite estava caindo e ele ali. Olhando para o nada.
Com a noite os personagens da praça foram mudando. Logo uma mulher, com trajes mínimos pára à sua frente.
- Olá bonitão – diz ela se oferecendo a ele, que, a ignora – Bonitão – ela não desiste – Bonitão, estou falando com você.
- Oi – responde educadamente, mas sem prestar muito atenção a ela.
- Você, não esta interessado? – continua ela mostrando-lhe o corpão.
- Interessado? – pergunta totalmente desinteressado.
- Você não esta interessado em se divertir um pouco. Fazer um programinha.
- Fazer um programa?
- Isso mesmo, meu lindo – diz ela sentando-se ao seu lado.
Ele olha para ela, pega a carteira e conta o dinheiro que tem. Pensa um pouco, então decide:
- Acho que sim – responde ele.
- Acha, ou tem certeza? – ela pergunta fazendo carinho nele.
- Vamos lá - diz ele já se levantando abraçado a ela – Mas eu tenho que te dizer algo.
- O que quiser meu lindo! Você pode dizer o que quiser, paixão

- Cobro cem reais!

Marc Souza

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Filme brasileiro "Branco Sai. Preto Fica" vence Festival de Mar del Plata

  • Divulgação
    Cena do documentário "Branco Sai, Preto Fica"
    Cena do documentário "Branco Sai, Preto Fica"
O documentário brasileiro "Branco Sai. Preto Fica" venceu a competição latino-americana do Festival de Cinema de Mar del Plata, na Argentina. Dirigido por Adirley Queirós, o filme mostra as vidas de três jovens que foram vítimas da violência policial na década de 80 e que vivem na periferia de Brasília.

O prêmio principal saiu para o longa-metragem turco "Come to My Voice", que também recebeu o prêmio do público. Dirigido por Huseyin Karabey, o filme mostra as aventuras de uma avó e sua neta para libertar o chefe da família, detido por forças curdas.

O júri também premiou o francês francés Mathieu Amalric como melhor diretor por "La Chambre Bleue". Nas categorias de interpretação os vencedores foram a iraniana Negar Javaherivan por "Melbourne" e o sul-coreano Jung-bum Park por "Sundal Alive".


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Amélia



Não havia musica que Amélia mais odiava que: “Ai que saudade da Amélia”, não podia acreditar que existisse uma mulher como tal. E, o que era pior, não suportava as brincadeiras a que era obrigada a ouvir por causa do seu nome. Até por que ela era o oposto da Amélia da música. Ela era independente, lutava pelo o que acreditava, por isso não escondia sua insatisfação quando alguém chegava próximo a si e começava a cantar: “Aquilo que era mulher...”.
Amélia acreditava na igualdade entre o homem e a mulher. Ou melhor, acreditava que o homem devia fazer de tudo para agradar a mulher. Não conseguia entender, nem aceitar uma música como aquela, musica que, para ela, em momento algum enaltecia a mulher por suas lutas, e sim, por sua acomodação, aceitação, subserviência ao homem. E isso era inadmissível.
“Essa história de passar fome e achar bonito não ter o que comer. De mulher não ter vaidade. Não existe” – dizia.
Por isso vivia a criticar as mulheres que abdicavam da sua vida pelo marido, pelo casamento. “A mulher não é simplesmente uma máquina de fazer filhos e limpar a casa.” – afirmava.
Bonita, bem sucedida, Amélia namorara poucas vezes, com trinta e sete anos já estava ficando para titia, bem, ficando não, já era titia. Todas as suas amigas de infância já haviam se casado.
Mas, apesar de mostrar-se casca dura, Amélia, era sim, uma mulher romântica. E como todas as mulheres românticas, sonhava com a chegada de seu príncipe encantado, que, montado em seu cavalo branco, a arrebataria e a levasse para seu castelo onde viveriam felizes para sempre. Um homem que viveria para lhe fazer feliz.  Que não gostasse de futebol, sem amigos e sem ex-namoradas. Que a trataria como uma princesa, ou melhor, como uma rainha.
“Este homem que você deseja, infelizmente, não existe” – diziam suas amigas. “Ou é o bar, ou o futebol, os homens nunca vêem sozinhos. Sem contar com aqueles que vêm com os dois”.
“Por isso que estou sozinha” – respondia – “Eu que não vou ficar em casa passando roupa enquanto o meu marido sai para jogar futebol ou beber cerveja com amigos. Não sou empregada de ninguém. No meu lar, serei a rainha. Vocês que são umas bobas, idiotas”.
Mas todas sabiam que tudo o que ela dizia era da boca para fora, em seu intimo Amélia se sentia triste e sozinha.
Um dia Amélia apareceu com uma grande noticia: Estava apaixonada, pois, havia encontrado o homem da sua vida, o seu príncipe encantado.
A princípio ninguém acreditou nela. Pensaram até em mandar interna-lá. Ela havia ficado louca. Afinal, achar alguém para chamar de príncipe, ainda mais para ela chamá-lo, com todas as suas exigências e manias, era quase que um milagre. Ou loucura. Não que não acreditassem em milagres, mas, preferiam acreditar em loucura. Amélia estava louca.
Aos poucos o que parecia um delírio foi se tornando realidade. Amélia definitivamente encontrara o amor. E para provar isso, marcou um jantar com toda a família e amigos.
Todas estavam ansiosas para ver e conhecer seu príncipe encantado. Algumas diziam que ele deveria estar à beira da morte, outras, que ele, deveria ser terrivelmente feio. Teve até quem achara que ele era gay e ela teria um casamento de aparências.
No dia do jantar todas estavam lá e preparadas para rirem de Amélia e ver seu príncipe da forma que ele realmente seria: Um sapo.
Más línguas. Más amigas. Invejosas. Incomodadas com a felicidade alheia. Não queriam acreditar que Amélia havia tirado a sorte grande e que, diferentemente delas havia encontrado um príncipe de verdade.
 Ele não chegou montado em um cavalo branco, mas, a sua beleza causou uma grande surpresa. A inveja começou, quando viram a sua postura e a sua educação. O “sapo” era um príncipe. Perfeito! O homem que Amélia sempre sonhara. O homem que elas acreditaram não existir. Ou melhor, existir somente na imaginação de Amélia.
Amélia tirara a sorte grande. Enfim, seria a rainha do seu lar, como sempre sonhara. Naquele dia, nenhuma de suas amigas conseguiu dormir, tamanha inveja que sentiam.
Dias depois; o casamento. Amélia, enfim, se tornara a rainha que tanto sonhara.
“Que inveja”. – pensavam as amigas – “Que inveja”.
Aquele fora o dia mais feliz de Amélia até então. E o dia mais difícil para suas amigas. O dia em que tiveram que aceitar que Amélia sempre tivera razão. Sempre estivera certa e elas... E elas... Corroíam-se por dentro...
Dias depois, querendo presenciar a vida de rainha que Amélia estaria vivendo, suas amigas se reuniram e foram visitá-la. Ansiosas para verem a Rainha que ela se tornara. Foram sem avisar, afinal era sábado à tarde, e quem sai aos sábados à tarde? Com certeza Amélia estaria em seu castelo com seu rei.
Então, aproveitando-se que seus “príncipes” saíram para jogar futebol foram elas, visitar a “rainha Amélia”.
Ao chegar à casa de Amélia, a surpresa: não havia castelo, não havia rainha. O rei havia saído, fora jogar futebol com os amigos enquanto a “rainha” passava uma enorme pilha de roupas. E, o que era pior, Amélia em nada se parecia com a Amélia que estavam acostumadas ver. Ela estava com as unhas por fazer, os cabelos, que cuidava com grande esmero, chegando a gastar fortunas para mantê-lo sempre maravilhoso, aparentemente quebradiço, sem vida. Amélia tentou disfarçar, mas era tarde demais. O castelo, de areia, havia desmoronado.
Nesse momento suas amigas foram acometidas por um grande sentimento de: Felicidade. A inveja se foi. Aquele sentimento mesquinho que sentiam se dissipou. Não havia mais rainhas ou plebéias. Não havia mais conto de fadas, agora era a vida real. E se sentiram feliz por isso, mas, com uma pontinha de tristeza, afinal eram amigas de Amélia e a amavam.
A tarde foi maravilhosa, feliz. Tão feliz que até combinaram de se reunirem na próxima semana.
Ao deixarem à casa de Amélia, suas amigas, não puderam se conter, e, felizes, foram embora cantando: “Amélia não tinha a menor vaidade. Amélia que era mulher de verdade...”.
A amiga merecia essa homenagem.

Marc Souza

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Todo mundo esteve lá...


Assista ao trailer de Stars Wars VII





Como se escreve?


Augusto Cury, best seller do país, é tratado como líder religioso por fãs

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    Augusto Cury é psiquiatra, psicoterapeuta e autor de best-sellers como "Nunca desista de seus sonhos" e "Seja líder de si mesmo"
    Augusto Cury é psiquiatra, psicoterapeuta e autor de best-sellers como "Nunca desista de seus sonhos" e "Seja líder de si mesmo"
"Os íntimos são aqueles que mais podem nos decepcionar".

"Huuuum... Meu Deus!", arregala os olhos uma jovem de tênis rosa, blusa rosa e celular rosa em mãos. Parece ter acabado de ouvir a maior revelação da sua vida.

O autor da frase que tanto causa impacto é o Dr. Augusto Cury, médico, psiquiatra e o escritor mais vendido do país, que palestra para um público de centenas de pessoas – a maioria mulheres com mais de quarenta – numa noite de quarta-feira, véspera de feriado, em um restaurante de São Bernardo do Campo.

Do lado de fora, cartazes diversos anunciavam o evento – algo bastante incomum quando se trata de escritores. É raro alguém conseguir contratar uma palestra de Cury, que recebe mais de 100 convites por mês, mas atende no máximo cinco e desde que o interessado concorde em, se preciso, aguardar alguns anos. Os compromissos são muitos e a motivação para que os cumpra é justamente semear suas ideias. "Quero contribuir com a humanidade, com todos os povos e culturas, para que o ser humano se torne minimamente autor da sua história", diz em uma rara entrevista, concedida com exclusividade ao UOL, por telefone, enquanto estava hospedado em um hotel em Teresina, capital do Piauí.

Mas as palestras são secundárias na carreira de Cury. Seu principal filão, claro, são os livros. Apesar de não confiar muito nos números passados pelas editoras, já vendeu entre 24 e 25 milhões de exemplares no Brasil, é publicado em mais de 70 países e está em todos os continentes. Espécie de fábrica de best sellers, aparece em praticamente todas as listas de mais vendidos do país.

Desde outubro de 2013 está semanalmente nas apurações do Publishnews, importante veículo do mercado editorial, onde, entre 3 e 11 de novembro, emplacava "Felicidade Roubada" na relação de ficção e "Ansiedade: Como Enfrentar o Mal do Século", "As Regras de Ouro dos Casais Saudáveis" e "Pais Inteligentes Formam Sucessores, Não Herdeiros" dentre os de autoajuda. Em setembro, também no Publishnews, chegou a ter 10 livros dentre os mais vendidos. No ranking da revista "Veja", "Ansiedade" lidera a lista de autoajuda, na qual está há 46 semanas consecutivas.    

No momento, o autor está lançando "Petrus Logus: O Guardião do Tempo", sua estreia na literatura juvenil. É o 38º livro em 15 anos – Cury começou a ser publicado em 1999.

Herói sem poderes

"Petrus vem de pedra, Logus vem de conhecimento. O conhecimento é o alicerce para as grandes transformações da humanidade", explica Cury. A narrativa se passa no futuro, cem anos após a Terceira Guerra Mundial, motivada pela escassez de comida e água, em um planeta com cenário caótico: os recursos naturais foram dizimados, bem como 90% da população. Para remediar o estrago, proíbem tudo o que, segundo o autor, induz ao consumo irresponsável – não há mais computadores, celulares ou carros... não há mais indústria.

O reencontro


Flip marca edição 2015 para primeiro fim de semana de julho

A organização da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) anunciou que a edição 2015 do evento será realizada entre os dias 1º e 5 de julho, na cidade fluminense.
Em 2014, a festa foi adiada para o início de agosto, para não coincidir com a Copa do Mundo.
Ainda não há informações sobre os convidados e o homenageado do ano que vem.
Segundo a organização, a 13ª Flip vai manter duas novidades introduzidas este ano: a gratuidade no show de abertura e nos telões externos. Paulo Werneck segue como curador.
Este ano, a Flip homenageou Millôr Fernandes e foi marcada por humor, relatos emocionados e excesso de jornalismo.
Intercâmbio
A Flip anunciou ainda uma parceria com o British Council, órgão do governo inglês, para realizar intercâmbios de residências literárias para tradutores do Brasil e do Reino Unido em início de carreira. O brasileiro selecionado passará três semanas em Norwich, na Inglaterra, enquanto o inglês passará três semanas em Paraty.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Isso. Isso. Isso. - Adeus Chaves! Vá com Deus!


Roberto Gómez Bolaños, o Chaves, morre aos 85; SBT exibe especial


O comediante Roberto Gómez Bolaños, criador do Chaves, morreu nesta sexta-feira (28), aos 85 anos. A morte do ator e escritor foi confirmada pela emissora mexicana Televisa, que interrompeu a programação por volta das 19h (horário de Brasília) para exibir um especial com os melhores momentos da carreira do humorista. O SBT, que emitirá uma nota oficial logo mais e tem pronto um especial póstumo sobre Bolaños, gravado no final do ano passado, e irá exibi-lo às 21h15, após Chiquititas.
Bolaños vivia isolado em Cancún, cidade litorânea do México, com a mulher, Florinda Meza, a Dona Florinda da série Chaves. O comediante tinha problemas respiratórios e de locomoção, e estava desde o final do ano passado respirando com um cilindro de oxigênio.
Nascido em 21 de fevereiro de 1929, Bolaños começou a carreira artística em 1953, como redator publicitário para rádio e TV. Redigiu para a dupla de humoristas Viruta e Capulina (Marco Antonio Campos e Gaspar Henaine) antes de ter o seu próprio programa.
Roberto Gómez Bolaños também escreveu para o cinema e recebeu do cineasta mexicano Agustín P. Delgado o apelido de Chespirito, alusão ao escritor inglês William Shakespeare (1564-1616).
Em 1968, ganhou seu próprio humorístico, Los Supergenios de la Mesa Cuadrada, pela TIM (Televisión Independiente de México). Além de escrever, atuou como Doutor Chapatín e contracenou com três atores que futuramente fariam parte do elenco de Chaves: Maria Antonieta de las Nieves, Ramón Valdés e Rúben Aguirre.
Chapolin estreou em 1970 e Chaves no ano seguinte, ainda como quadros do programa Chespirito. As séries bateram recordes de audiência e viraram programas próprios em 1973. A Televisa tentou contratar Bolaños, mas após a recusa do comediante decidiu comprar a emissora onde ele trabalhava e ampliar a rede.
Os programas de ​Chespirito ficaram no ar durante quase 30 anos ininterruptos no México, e saíram do ar em 1995. Nos anos 1980, Silvio Santos comprou novelas mexicanas da Televisa e recebeu Chaves e Chapolin como "brinde". As séries estrearam no SBT em 1984 e estão até hoje no ar, com até 10 pontos no Ibope da Grande São Paulo.

Com segundo livro, Raphael Montes quer ser referência de escritor policial

  • Bel Pedrosa/Companhia das Letras
    31.jan.2014 - O escritor brasileiro de romance policial Raphael Montes em sua casa, no Rio
    31.jan.2014 - O escritor brasileiro de romance policial Raphael Montes em sua casa, no Rio
Raphael Montes vive um momento raro para um jovem escritor brasileiro. Aos 23 anos, ele teve seu segundo livro, "Dias Perfeitos", publicado com uma tiragem inicial de 10.000 exemplares e, em três meses, viu uma nova impressão ser feita com mais 3.000 volumes. E os direitos de publicação do livro foram vendidos para nove países, entre Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, França e Portugal.
Tanto "Dias Perfeitos" quanto "Suicidas", seu primeiro romance --finalista do Prêmio Machado de Assis de 2012 e do Prêmio São Paulo de Literatura de 2013-- tiveram seus direitos vendidos ao cinema. Scott Turow, renomado autor de romances policiais, diz que Raphael "certamente vai redefinir a literatura policial brasileira e surgir como uma figura da cena literária mundial", declaração estampada na capa do recente trabalho do jovem.
"É engraçado como o reconhecimento de um estrangeiro por um jovem brasileiro cria reconhecimento aqui. Isso se aplica para muitas coisas, alguém de fora precisa falar que é legal. É o complexo de vira-lata em pessoa", diz o carioca Raphael aoUOL.
Do fracassado roteiro ao sucesso do livro
O enredo de "Suicidas" nasceu quando um amigo pediu a ele um roteiro de filme para ser feito com baixo orçamento e em locações internas, com um elenco de jovens artistas que aceitassem trabalhar de graça e nada de efeitos especiais. Para Raphael, seria clichê demais colocar os personagens dentro de uma casa com um assassino, então criou uma história na qual as pessoas se matam e o mistério está no por que dos suicídios. Ele não gostou do resultado como roteiro, mas viu que o texto poderia virar uma obra literária.
"É um livro destemido, inocente mesmo, com todas as vantagens e desvantagens que isso traz. Quando terminei de escrevê-lo, sabia que tinha um bom livro de literatura policial". Essa confiança fez com que o escritor, sem contatos no meio editorial, tentasse a sorte junto às grandes editoras. Não obteve resposta de nenhuma delas e mudou de estratégia: resolveu se arriscar nos prêmios literários. Chamou atenção já no primeiro que se inscreveu, da editora Benvirá, em 2010, que lhe rendeu um contrato para publicação.
Aos 20 anos, Raphael alcançava o que desejava desde a época da escola, quando percebeu que não tinha talento para o teatro e mudou seu foco para a literatura. Escreveu um conto, passou para um colega de sala e percebeu que a história começou a circular. "Vi que tinha feito algo que destoava, que era mais legal do que os outros faziam. Então passei a ser escritor. Tem até a ver com o ego. Eu, que nunca fiz sucesso com futebol, comecei a aparecer assim".
Raphael fazia fan-fictions de Sherlock Holmes e lia muito Agatha Christie, o que foi delineando o gênero que seguiria no futuro. Da inglesa, aprendeu muito de processo criativo, como marcações de viradas, planejamento de surpresas, fichas de personagens e o "esquema racional da criação". Porém, rejeita a comparação com a rainha do crime ("Ela é muito menos violenta do que eu") e diz que tem mais a ver com Stephen King.
Reprodução
Em sua companhia, a imaginação não tinha limites. O mundo desaparecia e só restava ele. Ele e ela. Gertrudes. Havia escolhido o nome no primeiro encontro, ela com as carnes ainda no lugar. A relação se estreitara durante o semestre. A cada aula, Téo fazia descobertas: Gertrudes adorava surpreendê-lo. Aproximava-se da cabeça - a parte mais interessante - e extraía conclusões. A quem pertencia aquele corpo? Seria mesmo Gertrudes? Ou teria um nome mais simples?
Sinceridade de um escritor policial

A comparação com Stephen King fica evidente em "Dias Perfeitos", que apresenta claras semelhanças com "Misery", obra de King que deu origem ao filme "Louca Obsessão" (1990), de Rob Reiner. O livro de Raphael conta a história de Téo, um estudante de medicina que, em uma festa, conhece e se apaixona por Clarice. O amor repentino se torna doentio e o garoto utiliza os conhecimentos que aprendeu na faculdade para ter a menina ao seu dispôr, ainda que contra a vontade dela. Passando por cenários do Rio de Janeiro, Teresópolis e Ilha Grande, a relação entre Téo e Clarice se constrói em experiências extremas e violentas.

"A literatura policial tem três elementos: crime, criminoso e investigação. A investigação parece estar morrendo e no Brasil, com descrédito absoluto na polícia e na justiça, é quase vital que ela não seja importante. Então, a questão do livro vira outra. O elemento crime me interessa muito: o que leva alguém a cometê-lo? Quais as consequências que isso traz? O que leva um sujeito ordinário a se envolver em uma situação de crime? Quais as consequências emocionais e dramáticas de um episódio de violência?", questiona-se.
Nas aparições públicas que se intensificaram após o lançamento de "Dias Perfeitos", Raphael é apresentado como um "escritor policial". "Digo que sou policial porque sou sincero, acredito que é o que faço, tenho um carinho pelo gênero. Queria ser o escritor policial brasileiro, que associassem meu nome ao suspense, ao mistério".
De seus colegas de gênero, considera que Tony Belloto "ocupa um espaço que, por enquanto, é só dele, com um romance de linguagem absolutamente simples, com uma pegada de entretenimento, reviravoltas, num viés que vai pelo noir americano". Já Luiz Alfredo Garcia-Roza, Raphael acha que "é mais clássico, com o romance-enigma tradicional". E Patrícia Mello, para ele, "é o futuro da literatura policial, com livros onde o que interessa é a psicologia por trás de tudo, como o crime afeta as pessoas".
Atrás de novidades

Raphael sabe que a única maneira de se manter em destaque é apresentando novos trabalhos, que, de preferência, sejam sempre melhores que seus antecessores. "Sei que agora fui a novidade, mas no próximo não sou mais, sou só a continuação da novidade. Mas isso não me preocupa". O sucesso de "Dias Perfeitos" lhe rendeu dinheiro suficiente para dar um tempo nos estudos --ele é formado em direito e estudava para prestar concursos públicos-- e se dedicar à literatura. "Se o padrão se mantiver, consigo viver de escrever, o que sempre foi minha vontade".

Bel Pedrosa/Companhia das Letras
O escritor participará de uma antologia de contos organizada por Tonny Belloto que se chamará "Rio Noir", na qual cada convidado escreveu um conto policial ambientado em um bairro carioca. Raphael ficou com Copacabana e sofreu muito para dar conta da encomenda. "Só aceitei que estava bom quando umas dez pessoas leram e elogiaram". É que o gênero não é a sua praia. Considera que "suas ideias são mais complexas do que o que cabe num conto. Penso mais em causas e consequências do que em situações".
Ele também trabalha em dois novos romances, um que marcará a estreia de seu primeiro personagem fixo, um padre católico que será uma espécie de detetive ou delegado e que Raphael deseja emplacar também em uma série televisiva. O outro trabalho, que pretende publicar no final de 2015, traz a história de quatro amigos que saem do interior do Nordeste e vão para o Rio de Janeiro fazer faculdade. Em meio a dificuldades rotineiras, como levantar o dinheiro para o aluguel, iniciam sem querer um negócio ilegal que os deixam muito ricos. "A história do livro está na ascensão e queda, uma espécie de 'Breaking Bad' no Brasil com personagens jovens".
Além disso, engatinha com as adaptações de suas obras para o cinema, que ainda não têm previsão para serem lançadas. Nas telonas, espera que seus trabalhos se tornem bons filmes, não boas adaptações de livros. E abre mão de indicar qualquer ator para interpretar seus personagens. "Me coloco no meu lugar, sou só o cara que criou a história, a escolha do elenco cabe ao diretor".
Referência para jovens escritores, Raphael transmite suas experiências em vídeos na internet, mas planeja, para o final do ano, ministrar oficinas literárias no Rio de Janeiro e em São Paulo, nas quais focará a produção de romances, mas inevitavelmente falará também de mercado literário. "Acho legal ter virado referência para novos autores. Isso aconteceu sem eu conhecer ninguém de lugar nenhum, é um caminho possível de se trilhar naturalmente".

Escritora britânica de ficção policial P.D.James morre aos 94 anos

  • Henny Ray Abrams/AP
    A escritora P.D. James, em foto tirada em 2005
    A escritora P.D. James, em foto tirada em 2005
A escritora britânica de romances de ficção policial P.D.James morreu nesta quinta-feira (27), aos 94 anos, em sua casa em Oxford, anunciou a editora Faber & Faber, que publica suas obras.
"Com grande tristeza, a família da escritora P.D. James, baronesa James de Holland Park (...), anuncia que morreu em paz em sua casa de Oxford", diz o comunicado da Faber & Faber.

P.D.James foi autora de 20 obras, muitas protagonizadas pelo detetive e poeta Adam Dalgliesh. A maioria das histórias foi adaptada para o cinema e a televisão. Um de seus romances mais famosos, "Children of Men", foi levada ao cinema como "Filhos da Esperança" pelo diretor mexicano Alfonso Cuarón e protagonizada por Julianne Moore e Clive Owen.

Reprodução
Capa de "Morte em Pemberley", de P.D. James



Sua última obra foi "Morte em Pemberley", publicada em 2011 na Inglaterra e lançada no Brasil pela Companhia das Letras. O livro deu origem a uma série de TV na BBC. A trama dá prosseguimento ao clássico "Orgulho e Preconceito", de Jane Austen.

Em 2000, P.D. James celebrou seus 80 anos com a publicação de sua autobiografia "Time to Be in Earnest".

Phyllis Dorothy James nasceu em Oxford em 3 de agosto de 1920 e passou três décadas trabalhando em várias atividades, parte delas no departamento de polícia do Ministério do Interior.

Em 1991, recebeu o título de baronesa. Entre seus prêmios literários está o Pepe Carvalho, que leva o nome do detetive criado pelo escritor espanhol Manuel Vázquez Montalbán, concedido pela cidade de Barcelona em 2008.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Imagem maravilhosa


SUS


???


Esta é a diferença


Spirit Awards 2015: Tem brasileiro na lista de indicados ao Oscar do cinema independente (aliás, 2)

O brasileiro Mauricio Zacharias concorre ao Spirit Awards 2015 na categoria de melhor roteiro, pelo filme O Amor É Estranho. Responsável pelo texto de produções como Madame Satã, O Céu de Suely (ambos dirigidos por Karim Ainouz) e Deixe a Luz Acesa (em parceria com Ira Sachs, também coautor de Love is Strage, no original), ele terá como concorrentes os experientes Jim Jarmusch (Amantes Eternos), Dan Gilroy (O Abutre), os autores do novo filme de Tim Burton, Grandes Olhos, Scott Alexander e Larry Karaszewski, e J. C. Chandor (por A Most Violent Year).
Aclamado pela crítica norte-americana, O Amor É Estranho também concorre como melhor filme, ator (John Lithgow) e ator coadjuvante (Alfred Molina). No longa, exibido no último Festival do Rio, os dois vivem um casal. Ao resolver oficializar a união de mais de 40 anos, George (Molina) é demitido da escola onde leciona e os dois entram em crise.
Já Juliano Salgado codirigiu com o cultuado cineasta Wim Wenders o documentário O Sal da Terra, sobre o pai, o renomado fotógrafo Sebastião Salgado. O filme recebeu o Prêmio Especial na mostra "Un Certain Regard" no último Festival de Cannes, onde estreou, e foi escolhido como o filme de abertura do Festival do Rio 2014.
Birdman é o líder
O maior número de indicações foi para a comédia dramática de Alejandro González Iñárritu (Babel) Birdman: seis. Além de melhor filme e diretor, a produção concorre nas categorias de ator (Michael Keaton), atriz coadjuvante (Emma Stone), ator coadjuvante (Edward Norton) e fotografia (Emmanuel Lubezki).
Boyhood – Da Infância à Juventude; O Abutre, suspense protagonizado por Jake Gyllenhaal; e a cinebiografia do pastor e ativista Martin Luther King, chamada Selma, não fizeram feio e ficaram com cinco indicações cada.
Maior premiação do cinema independente norte-americano, a 30ª edição do Spirit Awards acontecerá no dia 21 de fevereiro. Confira abaixo os indicados nas principais categorias:
MELHOR FILME
Birdman
Boyhood – Da Infância à Juventude
O Amor É Estranho
Selma
Whiplash – Em Busca da Perfeição
MELHOR DIRETOR
Alejandro G. Iñárritu (Birdman)
Ava DuVernay (Selma)
Damien Chazelle (Whiplash – Em Busca da Perfeição)
David Zellner (Kumiko, a Caçadora de Tesouros)
Richard Linklater (Boyhood – Da Infância à Juventude)
MELHOR ROTEIRO
Dan Gilroy (O Abutre)
Ira Sachs e Mauricio Zacharias (O Amor É Estranho)
J.C. Chandor (A Most Violent Year)
Jim Jarmusch (Amantes Eternos)
Scott Alexander e Larry Karaszewski (Olhos Grandes)
MELHOR ATRIZ
Jenny Slate (Obvious Child)
Julianne Moore (Para Sempre Alice)
Marion Cotillard (Era Uma Vez em Nova York)
Rinko Kikuchi (Kumiko, a Caçadora de Tesouros)
Tilda Swinton (Amantes Eternos)
MELHOR ATOR
André Benjamin (All Is By My Side)
David Oyelowo (Selma)
Jake Gyllenhaal (O Abutre)
John Lithgow (O Amor é Estranho)
Michael Keaton (Birdman)
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Andrea Suarez Paz (Stand Clear of the Closing Doors)
Carmen Ejogo (Selma)
Emma Stone (Birdman)
Jessica Chastain (A Most Violent Year)
Patricia Arquette (Boyhood – Da Infância à Juventude)
MELHOR ATOR COADJUVANTE
Alfred Molina (O Amor É Estranho)
Edward Norton (Birdman)
Ethan Hawke (Boyhood – Da Infância à Juventude)
J.K. Simmons (Whiplash – Em Busca da Perfeição)
Riz Ahmed (O Abutre)
MELHOR DOCUMENTÁRIO
Citizenfour
Nick Cave - 20.000 Dias na Terra
O Sal da Terra
Stray Dog
Virunga
MELHOR FILME ESTRANGEIRO
Força Maior (Suécia)
Ida (Polônia)
Leviatã (Rússia)
Mommy (Canadá)
Norte, Hangganan Ng Kasaysayan (Filipinas)
Sob a Pele (Reino Unido)

Três filmes brasileiros disputarão prêmios no Festival de Havana

Vinte e um filmes latino-americanos, entre eles três brasileiros, disputarão o Prêmio Coral de Longa-metragem de ficção no 36º Festival de Cinema de Havana, entre 4 e 14 de dezembro, que este ano vai homenagear o escritor colombiano Gabriel García Márquez, anunciaram os organizadores nesta terça-feira.
"Trago Comigo", de Tata Amaral; e as co-produções "Praia do Futuro", de Karim Aïnouz (Brasil-Alemanha); e "A Estrada 47", de Vicente Ferraz (Brasil, Itália, Portugal), serão os representantes brasileiros na mostra.
Segundo o diretor do evento, Iván Giroud, se apresentaram nesta edição 1.640 filmes, dos quais 478 foram selecionados para exibição entre 116 nas mostras competitivas nas categorias ficção, média e curta-metragem, filmes de estreia, documentários e filmes de animação.
A Argentina é o país mais bem representado este ano, com seis filmes, a maioria em co-produção com outros países: "Relatos Salvajes", de Damián Szifrón; "El cerrajero", de Natalia Smirnoff; "La tercera orilla", de Celina Murga; "Jauja", de Liandro Alonso; "Refugiado", de Diego Lerman, e "Aire Libre", de Anahí Berneri.
Cuba será representada por quatro filmes, entre os quais se destaca "Conducta", com roteiro e direção de Ernesto Daranas ("Los Dioses Rotos", 2009), que foi indicado ao Oscar e aos prêmios Goya do cinema espanhol, e ganhador de vários prêmios no Festival de Cinema Espanhol de Málaga e no nova-iorquino Festival do Cinema de Havana.
Produções de Chile, Colômbia e México (duas de cada país), bem como de República Dominicana e Uruguai (uma de cada) completam a lista de aspirantes ao prêmio principal.
Este ano, a mostra, o principal evento cultural de Cuba, é dedicada ao Nobel de Literatura colombiano, Gabriel García Márquez (Gabo), um dos principais incentivadores do festival, falecido em abril, no México, aos 87 anos.
"Esta homenagem é fundamental para nós, porque o consideramos um dos fundadores e vai reger o desenvolvimento do festival", afirmou Giroud, destacando que a mostra será um tributo à relação do escritor colombiano "com Cuba, com o cinema latino-americano e com Fidel Castro".
As homenagens incluirão um encontro na Fundação do Novo Cinema Latino-americano e a exibição de vários documentários sobre o escritor, como "Buscando a Gabo" (Colômbia), de Luis Fernando Bottía; "Gabriel García Márquez: La escritura embrujada" (Colômbia, França, Itália), de Yves Billon, Mauricio Martínez-Cavard e Tales Beyond.
Também serão exibidos no evento amostras do cinema espanhol, alemão, porto-riquenho, filmes independentes dos Estados Unidos e de animação japonesa.
Outros homenageados serão os diretores Mario Handler (Uruguai), Ulrich Seidl (Áustria), Jorge Cedrón (Argentina) e Raoul Peck (Haiti).
As novidades deste ano serão a projeção, inédita em Cuba, pelo sistema digital "DCP", e a aquisição de um sistema de projeção móvel, que permitirá levar o evento a "12 pontos" de Havana que não têm salas de cinema.
A cada festival, são exibidos centenas de filmes do mundo todo em diversas salas de Havana, com público total de cerca de meio milhão de pessoas, atraídas pelo baixo custo dos ingressos: 8 centavos de dólar por filme.
A seguir, a lista dos filmes que integram a mostra competitiva do Festival de Cinema de Havana:
Brasil
- "Trago Comigo", Tata Amaral
- "Praia do Futuro", de Karim Aïnouz (co-produção Brasil, Alemanha)
- "A Estrada 47", de Vicente Ferraz (co-produção Brasil, Itália, Portugal)
Argentina
- "El Cerrajero", de Natalia Smirnoff (Argentina, Alemanha, Holanda)
- "La Tercera Orilla", Celina Murga (Argentina, Espanha)
- "Relatos Salvajes", Damián Szifrón (Argentina, México, Dinamarca, EUA, Holanda, Alemanha e França)
- "Jauja", de Liandro Alonso (Argentina, Polônia, Colômbia, França, Alemanha)
- "Refugiado", de Diego Lerman (Argentina, Uruguai)
- "Aire Libre", de Anahí Berneri
Chile
- "Matar a un hombre", de Alejandro Fernández (Chile, França, Canadá)
- "La Voz en Off", de Cristián Jiménez
- "Matar a un hombre", de Alejandro Fernández
Colômbia
- "Tierra en la lengua", de Rubén Mendoza (Colômbia, Argentina, França, Alemanha)
- "Los Hongos", de Oscar Ruiz
Cuba
- "Conducta", de Ernesto Daranas
- "Fátima o el Parque de la Fraternidad", de Jorge Perrugorría
- "La pared e las palabras", de Fernando Pérez (Cuba, Colômbia)
- "Venecia", de Enrique Alvarez
México
- "Viento Aparte", de Alejandro Gerber (México, Espanha, França)
- "Los Ausentes", Nicolás Pereda (República Dominicana, Argentina, México)
- "Dólares de arena", de Israel Cárdenas e Laura Amelia Guzmán
Uruguai
- "Mr. Kaplan", de Alvaro Brechner (Uruguai, Espanha, Alemanha)