Vivemos em um
mundo de aparências.
É triste, mas, é a mais pura realidade.
Esquecemo-nos de nossas origens, do nosso nome.
Esquecemo-nos de nós mesmos.
Com a intenção de causarmos grande impressão, criamos
personagens fictícios, que, por mais que nos esforcemos, nunca o seremos.
O problema é que, só quando estamos a sós, na solidão da
nossa casa, do nosso quarto é que caímos em si, sentimo-nos deprimidos,
solitários, arrependidos, pois, sabemos da farsa em que vivemos, da farsa a
qual montamos, então, pensamos em desistir.
Decidimos que no dia seguinte, agiremos diferente, que
seremos nós mesmos, e que não atuaremos mais, nunca mais.
Nesta
solidão, decidimos que a luz do sol é somente a luz do sol e não mais holofotes
de uma peça sem sentido, que escrevemos e atuamos incansavelmente.
Rasgamos
o roteiro.
Despimo-nos
do personagem.
Choramos.
No
nosso quarto escuro, em um momento único em que estamos, sem platéia,
sentimo-nos bem, felizes, seguros.
E prometemos nunca mais
representar.
Mas,
a manhã chega, o sol nasce, e, com ele, sua luz, única, forte, revigorante.
O
palco, novamente esta iluminado.
Então...
Então...
O
show não pode parar né?
Marc Souza
Texto do livro FATOS RELATOS E BOATOS, que pode ser comprado a sua versão digital, por apenas, R$ 9,99, na Barra Lateral.
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